A SENSAÇÃO DA VELOCIDADE
Você já imaginou o poder que as palavras têm? Imagine o poder da palavra velocidade! Já imaginou a sensação que traz?
Imaginou? É sobre isto que vou escrever, melhor, sobre esta sensação que vou tentar fazer o papel em branco sentir.
Sentir a velocidade com que a caneta discorre sobre o papel; pensar sobre o ato da velocidade das idéias que me aturdem neste momento – são idéias que não se aceitam entre si! Às vezes, absurdas; outras vezes ultrapassadas; ou redondamente ingênuas; ou ainda, terríveis, maléficas – mas não deixam de ser idéias! São idéias a toda velocidade! Sensação terminantemente horrível!
A velocidade dos fatos na vida é marcada por sensações esquisitas. Umas são tão cruéis que marcam-nos a vida toda, outras são como nuvens carregadas de gotículas que passam após cumprirem seu papel. E nós? Qual a velocidade nossa ao passar pela Terra?
Já imaginou? Parou para pensar que algumas pessoas passam por aqui e não sabem o que estão fazendo? Ou de onde vieram ou para onde vão? Isto é velocidade.
Pare, pense: qual será a sensação quando imagina estes fatos supracitados?
Velocidade. Mais um ano se finda... se vai como outros tantos que já se foram... ou ainda outros que virão. Tudo é velocidade. O tempo urge! O Tempo não é dono de si. É tempo correndo atrás do tempo... Até quando? Nós corremos; trabalhamos o tempo todo em alta velocidade – quando não é no trabalho duro do dia-a-dia, é em casa, na rua, ou curtindo férias... não paramos de pensar: como será o próximo ano? Melhor? Pior?
Melhor, pior... teremos que recebê-lo de braços abertos e torcer para sermos felizes. Felizes a toda velocidade... é Ano Novo!
31 de dezembro de 2002.