Vidas guardadas por segredos.

Era uma fria noite quando você chegou, estava eu desarmada, solitária vivendo em um mundo que não é meu. Trancada dentro de meu ser. Vieste tu com esses olhos serenos, cativantes. Tomou-me, e agora resido presa, nesse desejo. Amigas, fomos feitas, amantes nos tornamos. Escondemos do mundo esse desejo, quando o que mais queríamos era gritar o mesmo, fazer ser escutado nos quatros cantos do mundo todo esse anseio. Embalada eu era por tua fala, vivia e sonhava com esse amor proibido, a distancia entre nós, e me machucar. Porem não é o suficiente para eu deixar de sonhar que com você irei deitar.

Meu corpo arde à procura do teu, feminina imagem de perfeitas formas, a encher de água minha boca quente e encher de malicia meus olhos sórdidos. Teus cabelos afagar é o que procuro hoje, sentir-me tocada por tua rósea boca é o que desejo sempre. Sabendo que tu minha amiga tal devaneio também sente, me pego a esperar, teu corpo nu. De certo que em outro amor me escondo assim como o faz também, porem é teu corpo que sinto quando o dele deita sobre o meu, tuas mãos almejo quando tocada pelo homem que é meu. Tua boca que sinto a devorar-me com todo o ardor. Assim como meu corpo sai a tua procura em noite fria, através de minha mente e este encontro e me deixa assim lascívia.

Sei que ao menos entende quando digo que quero ser tua; Amiga, amante, irmã e musa. Não culpo, porém as pessoas que escolhemos para maquiar o ardor de nossos sonhos. Nem culpo a ti por ter beleza que desatina a razão, me alegro apenas em saber que ao menos no pensar estamos unidas e vivo a esperar que um dia este “pecado” no real exista. Enfim podermos retirar os grilhões que prendem meu corpo e alma, os separando dos teus. Profano desejo vive nos sonhos meus...

Rio de Janeiro, 30 de dezembro de 2009.

Well Calcagno
Enviado por Well Calcagno em 13/06/2010
Reeditado em 13/06/2010
Código do texto: T2316721
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