Garota balzaquiana!
Não se rendia ao passar do tempo...
Essa era a melhor resposta que poderia dar àqueles que ousavam criticar sua forma de viver...
Embora tivesse de fazer ‘das tripas coração’ para tentar manter-se nas proximidades das ‘exuberantes’ formas físicas das mais jovens, não se furtava em fazê-lo... Não se importava com os olhares ‘de soslaio’ que lhe eram dirigidos quando passava e/ou participava de eventos coletivos.
No seu íntimo, porém, não se deixava enganar e sabia que o tempo era inexorável em todos os aspectos e principalmente no que concerne às marcas que deixam no corpo...
Quando se olhava no espelho, não deixava de observar as marcas que o ‘maldito tempo’ ia deixando...
De que adiantavam os recursos modernos na área de cirurgia plástica, de malhação, de ‘sombreamento’, etc., se não tinha condições para arcar com as despesas oriundas delas?
Na medida do possível buscava conciliar todas as ‘facilidades’ com esforços, às vezes tentativas vãs, tais como: buscas de atividades gratuitas que são ofertadas por entidades filantrópicas que possibilitam acesso ao povo em geral, mas que, em quase sua totalidade não atendiam àquilo que almejava atingir.
Se por um lado mantinha um bom condicionamento físico, boa postura, forma razoável de se portar e vestir, apesar de ‘apelar’ para vestimentas mais na área destinada as menininhas de menor idade... De outro, apesar dos muitos esforços não conseguia impedir o surgimento de pequenas rugas, do ligeiro ‘despencar’ dos seios e das ancas, da crescente necessidade na utilização de lentes corretivas...
No entanto sentia-se internamente em plena forma. Não se constrangia em estar sempre presente em ambientes compostos em sua maioria por uma população mais jovem...
Via de regra proclamava a ‘alto e bom som’ a velha máxima: “Quem gosta de coisa velha é museu” e se divertia muito com esta citação. Às vezes extrapolava e ‘soltava’ verdadeiras pérolas relativas a idades avançadas que feria susceptibilidades dos anciões, sem se dar conta de que em breve espaço de tempo também ‘estaria por lá’!
E isso, decididamente, não fazia por mal... No seu íntimo, no seu superego, não aceitava a verdade imposta pela natureza no que concerne a passagem do tempo, que é inevitável para todo ser vivente! E, na sua forma ‘despojada’ de ver e encarar ‘as coisas’, a melhor forma era o extravasamento e a tentativa vã de demonstrar (e se enganar...) que para ela, em contraponto com a lei natural das coisas, no compassado caminhar do tempo,..., o tempo tinha de parar!
BALZAQUIANA:
Diz-se da mulher de aproximadamente 30 anos. O termo refere-se à obra do escritor francês Honoré de Balzac, que escreveu "A mulher de 30 anos". Antes um pouco pejorativo, na época em que a mulher de 30 anos já era considerada "coroa", hoje um rasgado elogio àquelas, que, aos 30, estão na flor da idade, atraentes não só por sua beleza, mas também por se encontrarem na plenitude de sua feminilidade, das conquistas profissionais, amorosas, familiares, financeiras, sociais, etc.! Enfim, o apogeu de si própria, o supra-sumo da feminilidade, o equinócio hormonal entre beleza, vivência e independência.
E diz-se por aí, que a brasileira de 30, substitui fácil, fácil duas de 15... Pelo menos é o que diz a maioria...