O amor, poesia dos sentidos...
          
Águida Hettwer
 
 
 
 Expiramos romantismo no ar. Numa época onde o comércio aproveita para faturar sobrepondo uma data comemorativa. Deparamos-nos com vitrinas enfeitadas, corações, perfumes, flores e bombons transformam num cenário perfeito.
 
   Esquecemos as diferenças, pondo um ponto final nas divergências. Afinal o sentimento sublime sobrepõe às falhas de comunicação, reacendem a chama flamejante da reconquista. Outrora perdida nos enleios da rotina.
 
 Envolvemos-nos em lençóis de afeto. Abraçando o amor como causa e decreto. Curador e pacificador das feridas, unindo-nos na perfeição dos traços de Deus. Amor que nos permite sonhar outra vez, sorrir facilmente, e ter a certeza no olhar que vale a pena viver.
 
 Ah! O amor. Emoção incontida atravessa as entranhas, fazendo-nos de tolos. Numa melodia única transcendental, confessada pela alma em bom e alto som.    O amor não exige razões. Ama-se na covardia, na fraqueza, na controvérsia, na nobreza de ser.
 
   O amor fonte além do racional. Sem métrica, ou ciência exata. Atravessa a rua sem sair de casa, em sintonia de pensamento. Cobre qualquer defeito, anula dívidas passadas, aposta todas as fichas. Costura as asas quebradas, impulsiona, põe fé e acredita piamente que o céu pertence a todos.
 
 Poesia dos sentidos. O amor nos faz sensíveis, emotivos, sóbrios e loucos.No cálice do amor, vicia-se facilmente, em tratamento eterno, incuráveis, na necessidade de afeto. O amor transvaza as razões da existência, o coração arde, o corpo estremece, velejamos em outros mares.
 
    Ama-se com desejo! Com gana e ânsia. Condição plena de felicidade.
 
 
                                                                                 12.06.2010