O outro lado da moeda

Depois de ter lido e ouvido várias histórias sobre a existência de vida em outros planetas, decidi por mútuo acordo, pegar na lapiseira, agora chamada de teclado, e começar a dedilhar uma parábola mirabolante que eu chamarei de “Há vida lá fora” and they are watching us...

-Onde? E como? Esse será porventura o maior segredo, pois para mim, a existência de outros seres espalhados pela galáxia é uma realidade tão grande como o planeta em que habitamos se chame de Terra. Seria até egoísmo da nossa parte, achar que somos os únicos seres à face do sistema solar a podermo-nos reproduzir; por diversas vezes, em diversas situações ouvimos pessoas falar que viram discos voadores sobrevoando pequenas localidades do mundo. Isso acontecia com alguma freqüência nos EUA, entre as décadas de 60-80, parecia até algo normal na época se falar ou criar essas raízes extra-terra. Muitas delas estavam eivadas de contradições, e os fatos relatados pareciam ser apenas fruto da imaginação de pessoas depressivas. Já no ano de 2004, em pleno Europeu de Futebol em Portugal, um alentejano afirmou veemente ter visto um OVNI. Será que nossos vizinhos do lado de lá gostam de futebol? Estariam eles numa missão de espionagem à estratégia do mister Scolari? É que pelos vistos eles queriam ver de perto a seleção portuguesa. Nesse quesito, eles têm bom gosto, o problema é que a dita nave não era mais do que um Zeppelin NT, um dirigível moderno de cor branca que decidiu passar por Portugal para tirar algumas fotos do evento para fins jornalísticos. Vestígios dos verdinhos! Nem um - pelo menos por enquanto...

Para o alentejano, teimoso como uma porta e de feições campestres, aquilo era uma nave espacial de contornos arredondados – e ai daquele que tente demovê-lo da sua visão - mas convém aferirmos com exatidão o local em que o senhor se encontrava, ou seja, qual era o seu campo de visão! Por hábito os alentejanos costumam dormir “La siesta” debaixo de um velho chaparro, acompanhados pelo seu velho cão ou burro, e sempre, ou quase sempre com uma garrafa de aguardente no bolso do casaco que de tão velho se notam alguns buracos na parte de trás. Ás tantas foi por entre um desses buracos do casaco que o nosso amigo caracol viu a miragem, fria e nua, apenas rodeada de uma luz cintilante. Se juntarmos o calor sentido no “deserto” do Alentejo a esta história, ela acaba por ficar ainda mais rocambolesca, até porque é comum homens solitários que vivem no Alentejo verem coisas paranormais; às vezes me questiono se eles de fato vêem algo de verdade, sei que ver donzelas em sua direção se tornou o prato predileto deles. Mas são doces mulheres, com barba ou sem ela, elas existem. Agora o tal do OVNI! Bem, vamos deixar o alentejano descansado enquanto acaba de matar sua “cigarrete” de sede, pois o intuito deste texto era tentar encontrar algum fio de cabelo destes “pequenos” seres que geram em nós tanto mistério e fantasia. Falo, como é óbvio, dos ET´s. Mas nem isso nós conseguimos, fomos enganados pela imaginação ou estado alcoólico do senhor Vasco, mesmo sabendo da verdade veiculada pelos Mídia. Ficamos confusos, e aceitamos viajar na mesma carruagem que o velho camponês, por acharmos que poderíamos desmentir o diário oficial.

- Coitado do senhor Vasco, ele continua batendo na mesma tecla, afirmando com todas as letras - Eu vi um OVNI!? Eu vi um OVNI, eu vi um... homem descansando à sombra de um sobreiro, de boné na cara, e a pensar na mulher dos seus sonhos, na forma como se parece, como se veste, como seu cheiro se sente.

- Isso foi o que eu vi.

Jvcsilva
Enviado por Jvcsilva em 12/06/2010
Código do texto: T2315359
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