Engenharia Genética – Biotecnologia
Engenharia Genética – Biotecnologia



Estamos vivendo, nestes últimos anos, um avanço astronomicamente rápido nas ciências biológicas. Eu ousaria dizer que hoje, nas ciências, é a biologia, em especial o estudo da vida, aquele que está em franco e acelerado desenvolvimento, deixando para traz todas as demais ciências. Isso nos leva a uma encruzilhada: Estaríamos eticamente preparados para limitar nossa ação, dentro de todas possíveis, dentro das cientificamente alcançáveis, para atuarmos apenas nas eticamente viáveis e nas moralmente desejáveis?

Áreas como a Genômica sintética e a biologia sintética, no estudo da vida, estão se desenvolvendo assustadoramente rápido. Em questão de poucos anos, saímos de uma biologia teórica, para nos aproximarmos da síntese de uma vida autônoma totalmente feita em laboratórios. Isso é justo, é ético? Não sei. Sei que a ciência é aética. Por isso necessitamos de limites, visto que as pessoas nem sempre são éticas.

Progressos como o conseguido pelo Instituto J. Craig Ventre, em 2003, onde conseguiram criar uma versão sintética do bacteriófago phiX174 são fantásticas, e ao mesmo tempo fantasmagoricamente inimagináveis a tempos atrás.

Já em 2007, na esteira veloz do desenvolvimento biomolecular, transformaram com total sucesso, uma espécie de bactéria em outra, pelo transplante de seu genoma. Ainda mais recentemente, desenvolveram tecnologia e métodos para montar, de forma totalmente sintética, o genoma da bactéria Micoplasma Genitalium. Agora, a pouquíssimos dias terminaram com sucesso a criação completa de um genoma, se utilizando somente de aminoácidos e bases avulsas.

Isto posto, a biologia atual faz com que o sequenciamento do genoma humano, realizado em 2001, se pareça com algo trivial e antiquadamente simples.

A evolução do sequenciamento de genomas evoluiu muito mais rápido que a própria evolução dos chips de computadores. Com este conhecimento tornou-se extremamente dinâmico o uso da química e da biologia para a busca da “sintetização” de novos e complexos organismos vivos.

Desta forma, não será se admirar se em breve, recebamos noticia acerca da criação bem-sucedida da primeira forma de vida completamente artificial, construída puramente com matéria não viva, e ao final da montagem, termos um corpo vivo, fazendo da biologia um parque temático para deuses de laboratório. Estaremos preparados para esta revolução?

Como toda ciência, ela abre sua utilização tanto para o bem, quanto para o mau. Ao aliarmos a nova biologia com a nanotecnologia, poderemos dar cabo a muitas doenças. Poderemos encontrar mecanismos para retardar a velhice, fazendo com que a nossa média atual de longevidade, acabe parecendo coisa de recém nascidos. A possível criação de órgãos em laboratório em futuro, será também, coisa comum.

Porém infelizmente, e quase sempre tem um mas..., esta tecnologia poderá ser utilizada também para o mau... Hackers biológicos poderão recriar em laboratórios, facilmente, vírus mortais como o ebola, ou o vírus da gripe espanhola, ou mesmo desenvolver novas cepas de vírus mortais para infectar-nos, e passaríamos assim a ser escravos de antivírus, mais ou menos como ocorre hoje em dia com nossos computadores. A diferença é que serão nossas vidas e a vida dos que amamos que estarão em jogo.

Arlindo Tavares
Enviado por Arlindo Tavares em 11/06/2010
Código do texto: T2314247
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