Um amor para sempre

Um amor para sempre

Era um dia como hoje, triste, melancólico. O dia que meu grande amigo, meu avô, se foi. As gotículas que escorriam pela janela, daquela tarde chuvosa e cinza, competiam com as lágrimas que escorriam pela minha face. Que saudades !

Abri a velha escrivaninha, que muitas vezes servira de apoio aos braços fortes de vovô, e uma caixinha adornada com um laço bonito, mas ligeiramente amarrotado, chamou minha atenção. Movido pela curiosidade eu a abri e encontrei inúmeras cartas, todas endereçadas a querida Vó Nina.

As letras se embaralhavam diante de meus olhos úmidos e meu coração pulsava forte a cada linha, a cada palavra. Quanto amor ! E que amor ! Um amor assim desafia o tempo e ultrapassa os liames da eternidade.

“Nina, a vida ao seu lado é um arco-íris de alegrias” – que poético o meu avô – “Nina, ainda hoje me emociono ao ouvir o som de seus passos chegando... passos que sempre ao meu encontro vem”. Duas almas, almas gêmeas, uma só sintonia de amor.

O tempo corre célere no relógio da vida. Eu nem vi chegar o anoitecer, entretido que estava naquelas confidências. Perdão, vovô, sua intimidade que ousei invadir. Mas, querido amigo, um amor assim precisa ser narrado, exaltado, vivenciado.... um amor assim... para sempre.

Wanderléia Freire
Enviado por Wanderléia Freire em 11/06/2010
Código do texto: T2314109