Copa do Mundo - Diário de um torcedor (III). De orgulho e heróis...
Copa do Mundo - Diário de um torcedor (III). De orgulho e heróis...
Em 09.06.2010 - Um jogador da seleção da Coréia do Norte (que é composta, em boa parte, por militares - algo natural para o país pobre e garroteado pela ditadura comunista imposta pelo maluco Kil Il Jong, onde esta deve ser uma das poucas carreiras profissionais viáveis), Jong Tao-Se, diz que tem fé do guerreiro e acredita no milagre de vencer o Brasil.
Mas, isso de filosofia oriental, no caso do futebol, me lembra aquele lance da macumba: se valesse, a copa do mundo acabaria empatada.
Ponho mais fé na filosofia prática do velho Silas (um tipo estranho e mal-educado, que, dizem por aqui, vive sentado num trono de pedra encravado no topo de um morro, nos confins do sertão): se os cabras não se cuidam, vão se lascar.
Brincadeira à parte, a declaração em questão serve para demonstrar a conta em que é levada o futebol numa Copa do Mundo, quando assistimos à afirmação da bravura heróica como fator de diferenciação e, por outro lado, da invocação (direta ou indireta), da intervenção e assistência dos deuses, no certame.
Especialmente em ocasiões como esta, enxergamos na figura do jogador de futebol o herói, o ser mítico goza da simpatia e dos favores dos deuses, e tem um itinerário e destino a cumprir, para ser grande - seja na vitória, no sacrifício ou, mesmo, na derrota.
Mas, nós brasileiros ainda não aceitamos da seleção, menos que a vitória. A peleja heróica da seleção, que orgulharia a qualquer nação, não nos serve.
Tal sentimento parece decorrer da nossa confiança no talento quase nato dos nossos representantes. Mas, também tem alguma ligação com nosso sentimento patriótico, da projeção da nação pelo mundo e ainda, com um complexo de inferiodade não resolvido (e, talvez, sem razão)! Nisto, não estamos sós, evidentemente - os argentinos parecem sentir algo parecido.
Que importa? O negócio é ver a bola rolando e, aquela constelação de estrelas amarelas em campo...