A copa do mundo vai começar... É hora de rir ou chorar!
Tentei não dar importância para os telejornais, para as propagandas cada vez mais ousadas, para as bandeirinhas tremulantes hasteadas nos telhados dos vizinhos... Mas não teve jeito: Fui contaminada pelo vírus verde e amarelo da copa do mundo!
A emoção me convida para aguardar com ansiedade o dia quinze de junho, dia da estréia da nossa seleção canarinho nesse importante evento esportivo. Sei que a Coréia do Norte não é muito conhecida, porém o futebol é apaixonante exatamente por reservar surpresas.
Não existe favoritismo em jogo de futebol. Existe empenho, raça, doação e muita vontade de vencer. Estrelas só mesmo lá no céu, brilhando nas constelações.
Há muitos que diz que copa do mundo é ilusão, ópio para o povo que esquece dos graves problemas sociais e políticos de seu país.
Há os que não suportam futebol ou mesmo os totalmente indiferentes a ele.
Respeito todas as opiniões, porém me reservo no direito de extravasar a minha opinião. Eu gosto de futebol e comecei hoje a contar os dias para rir ou chorar.
Se nesse breve período eu esquecer de coisas realmente importantes, se perder o meu tempo em frente à tela de uma televisão, serei humana e, portanto imperfeita. E viva a imperfeição!
Quero usar a camiseta amarela, preparar a pipoca e sufocar o sofá da sala. Sou pacata, não costumo gritar, mas se o gol vier minha alegria será mais forte que meus bons modos.
Sentirei pesar apenas por não estar no estádio junto com os outros torcedores, gritando, pulando, vibrando, tocando aquele instrumento barulhento e alegre. Por não estar em uma arquibancada, geral ou poltrona, tanto faz.
O futebol é especial porque une todos em um único sentimento. Une pobres, ricos, brancos, negros, mestiços, heterossexuais, homossexuais, comunistas e capitalistas. Na vitória todos se abraçam indistintamente e se reconhecem como seres iguais. Na derrota também se abraçam e choram as mágoas, se compreendendo na dor inexplicável que o futebol traz.
Esse sentimento de união supera qualquer crítica dos sábios ou realistas.
Vinte homens em um gramado correndo atrás de uma bola, enquanto dois outros homens se repartem na vigília desesperada entre traves e redes.
Se a vigília falhar e a bola entrar... Gol!
Gritos, sorrisos e alegrias no lado vencedor.
Tristeza e lágrimas no lado perdedor.
E daí? Sorrindo ou chorando, ficando alegre ou triste, não se deixa de gostar de futebol. Esse amor corre nas veias como sangue e se eterniza de gerações a gerações. Basta ver os bebês e as crianças levadas pelos seus pais para um mar de paixão que não tem fim.
Assim, desisto de entender esse meu coração que está apertadinho e ansioso. Nenhum psicólogo será capaz de me acalmar nesse momento.
Bom exibir as cores verde e amarela nas roupas, em casa, nos automóveis, nas ruas. Se orgulhar de ser brasileiro pelo menos na copa do mundo. Tentar cantarolar o hino nacional e ser patriota desde criancinha.
Que me desculpem os sábios e realistas de plantão, mas nessa copa do mundo eu vou sonhar e acreditar na seleção brasileira até a cortina do espetáculo se fechar e anunciar que a partida de futebol terminou.
E mesmo que meu sonho não se concretize e nem minha crença prevaleça, sonho e crença não morrem. Daqui a quatro anos tem mais... Muito mais!
Vivas para a seleção brasileira e para os sentimentos que nunca se acabam!