Psicologia e Espiritualidade

Psicologia e Espiritualidade

O “bicho gente”, expulso do ventre, aparece no mundo em absoluta desvantagem, tão indefeso que só sobrevive graças aos cuidados maternais, dos quais continuará a precisar até deixar de ser “bicho”.

Aí, já virado gente, defronta com a terrível evidência, continua tão frágil quanto era bebe no colo da mamãe. E, o que é mais aterrorizante, descobre que não pode contar com o papai para protege-lo, ele também impotente frente à imensidão do universo e a implacabilidade da morte. O já homem feito se vê em absoluto abandono, desamparado, só contra as armadilhas da inexorável natureza.

O que o faz sofrer não é carência material, ainda que a pobreza comova e indigna a injustiça do mundo. A fome se mitiga com fatia de pão, o frio de nosso inverno se aquece com restos de papelão.

Sua dor maior, seu padecimento na abundância é imaterial, se traduz na infindável sensação de desvalia frente ao indescritível desamparo, a indigna transitoriedade da vida, a terrível sensação de não ser amado.

Aí resta-lhe apelar para a Espiritualidade (não estou falando do espiritualismo da novela das seis, por enquanto!) que à semelhança do poderoso pai da infância, mas tanto mais onipotente, o protege contra a violência da natureza e o consola oferecendo, em lugar da finita vida material, as delícias da interminável vida espiritual ao lado do Pai!

Ou, então, suportar tudo aquilo, sem tanto estresse!!!

Joao dos Santos Leite
Enviado por Joao dos Santos Leite em 09/06/2010
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