A QUANTAS ANDA O SEU pib?
O meu anda como sempre, dando um jeitinho Brasileiro de ser, ou seja, se vira nos trinta, por que sobra mês no fim do meu salário. Mas não devo reclamar, pois ainda o tenho. Pelo que sei, pelo que ouvi nas rádios, e por onde disse os telejornais diaristas, o nosso PIB cresceu fantasticamente, de uma forma “jamais vista na história desse país”. Assim me pergunto:
- Onde vamos parar?
Isso pode simplesmente subir a cabeça, não da minha, não da sua, nem na de ninguém (eu acho, certo?), e sim pode subir e explodir em um segundo em cabeças políticas, tais como governantes ou seus aspirantes a donos dessa terra de ninguém, realmente não sei. Agora a pouco ouvi um homem dizer:
- Olha rapaz, tenha calma, eu to vendendo isso a tanto, mais daqui a 5 minutos vai subir, não sei bem ao certo, mais se o PIB subiu, isso pode corresponder que você tem mais dinheiro que pensa, estou certo? – o vendedor gesticulando freneticamente aos olhos de seus compradores.
- Mais como isso pode influenciar no preço de uma batata? – Pai de família absorto com tamanha pergunta que acabara de fazer, segurando a batata em mãos e olhando fixamente aos olhos do acionista da faixa minoritária de uma barraca de verduras, vulgo feirante itinerante:
- Eu apenas ouvi dizer que o país vai bem das pernas... – o feirante de língua solta.
- Ouvir uma determinada informação, não quer dizer que eu, que você, e nem que as outras pessoas estão ricas, isso é apenas uma coisa ilusória, mas realmente sei que quando temos uma taxa de aumento em qualquer coisa nesse país, sempre sobra pra mim, pra você, para todos nos que somos assalariados... – o pai de família:
- Sei apenas que quero minhas batatas enquanto posso compra-as ao preço mais digno possível, ou melhor, ao mais acessível a minha mini-conta bancária. Por favor, me “vê” umas batas bem grande, por favor? – o pai.
- Si – Si - Sim é claro – o feirante maravilhado com o poder de resposta de um simples trabalhador brasileiro.
- Eu também, por favor, quero 2 kg – uma senhora que assistira ali um debate digno de ser televisionado.
- Para mim também senhor, umas bem gordas – outra mulher que arrastava seu carrinho de feira ainda vazio.
- Nossa! Hoje meu PIB vai longe – o feirante feliz por suas vendas, que a muito não ia tão bem assim.
Agora resta saber apenas uma coisa simples:
- Quem será que vai segurar essa batata que é assada há muito tempo?
- Serei eu? Será você? - o autor que vos redige o texto.
Acredito que será mais uma vez, em um conjunto tupiniquim, que sempre segurou a batata quente, o nosso querido e imenso Brasil varonil.