QUARTA 1      
 
 
9/06/10, 9 HOR - É um dia bobo, nada especial. Daqui a pouco vou para o Atelier da Escrita, sem expectativas. A Bia Albernaz se recusou a ler o meu livro, por falta de tempo. Eu já estava toda animada em conhecê-la. Entrei em terreno desconhecido e me precipitei. A Bárbara me ignorou com pessoa e recusou um volume da Antologia que eu dera, grosseiramente como é comum ser a juventude atual. Senti, mas só fui percebê-lo no outro dia ao despertar. Aí que me espantei de ser tratada assim e eu não ter dado o troco. A minha ineficiência é que me abalou em questionamento: “porque não sei me defender? _ Não aprendo isso? Desde quando? Não é o outro. Não importam e não fazem parte da questão

Tudo isso são apenas incidentes.

Eu sei que sou muitos personagens, a artista, a bordadeira, a mãe, a ignorada ou não conhecida. Esse tal de Pirandello não sabe por que buscava cem personagens e se escravizava em ser só um.

Eu, ao contrario vivo todos os personagens que sou, mas não escolhi ser nenhum.
 
Zélia diz: “a recíproca tem de ser verdadeira”. Vou pensar a respeito: acho que ela é um continente, e eu talvez seja uma ilha.