As noites de Porto Seguro

É difícil dizer o que não tem em Porto Seguro, pois temos de Rio de Janeiro a New York, uma cidade com status de capital, oferecendo as mais diversas formas para nativos e turistas se esbaldarem. Nem mesmo a noite se responsabiliza com o dia e vai pouco a pouco ocupando mais espaço, ofertando aos noturnos opções das mais variadas. Não é necessário estar com o bolso cheio, mas sim com o corpo preparado, pois o que começa, não tem hora pra acabar.

Na passarela da boemia desfilam homens e mulheres cujo objetivo é encontrar a “festa” perfeita para viajar em seus sonhos, tentando encontrar assim uma felicidade superficial, que com o amanhecer transforma-se muitas vezes em ressaca moral. A solidão não existe, encontra-se em toda parte corações carentes, prontos para amar, até o dia clarear, a oferta aqui é sempre maior que a procura, tudo é exagerado, tudo é homérico. Música se mistura com música formando novos “sons”, muitas vezes indescritível, mas que importa, zoada é que faz a gente dançar. Quem não bebe, fuma e quem não faz nada é careta, mas aqui não há preconceitos, uma orgia de coisas faz com que tudo fique normal.

Todos aqui são conhecidos e há um carinho em cumprimentar: e aí “brother”, vai um negocinho? A noite aqui é atraente, festas corporais, bares bêbados e amantes sem aquele tal de romantismo que irritava e atrapalhava mais do que ajudava. São tantas as opções que a lua nem precisa estar no céu, os néons inspiram mais e se o mar é azul, que interessa a cor, o que importa são os banhos noturnos, cuja onda até recua pra não atrapalhar.

Não pensem que aqui você cai na rotina, a noite nunca se repete, mas eu, para não atrapalhar os “verdadeiros boêmios”, tomo sozinho a minha saideira e volto pra casa conversando com as estrelas e cantando só os meus versos já ultrapassados.

MÁRIO SÍLVIO PATERNOSTRO