Mãos ao alto, mas com desodorante.
Mãos ao alto, mas com desodorante.
Pra quem ainda não entendeu a situação que hoje estamos vivendo, eu vou tentar com poucas palavras explicar. Pra caminhar pelas ruas tem que andar com os braços erguidos, pois ladrões caminham e a qualquer hora você pode ser vitima de assalto. As mãos no alto antecipam o pedido nervoso do bandido. Policiais em blitz vão exigir também esse movimento, ninguém sabe pra que, tudo bem, afinal são nossos heróis. Não é porque eu estou com o braço levantado que vocês vão fazer cócegas em mim. Mas que deu vontade de rir, deu sim!
Tudo parece que exige os braços no alto. Entramos em supermercados, um verdadeiro roubo em nossos bolsos. Colégios particulares, um assalto com as mensalidades. Água, luz, bujão, estão a todo tempo nos furtando. Sem contar a saúde, essa está pela hora da morte. Cruzes! Dízimos, doações, meu Deus, até pra entrar em seu reino tá caro.
Eu rezo para a minha patroa não cobrar por morar comigo. Falando nisso! A pensão tá que tá. A vida parece que aprendeu a roubar, pois tudo que diz respeito a ela é um assalto. Quando ando pelas ruas, eu já fico preparado. Se alguém me dirige a palavra eu digo: - Já estou de mãos levantadas. Eu não sei o que vão querer de mim. De repente querem até meu sorriso. A propósito, ter dentes perfeitos tá difícil. Arrancá-los dói na boca e no bolso. Virou um Deus nos acuda!
Em época de eleição o roubo é maior. Querem furtar nosso direito de escolher, ou comprar a nossa decisão desvalorizando a nossa moeda chamada, voto. O que fazer? Aconselho todos a andarem de braços levantados, pois assim evitamos agressões maiores. Mas digo a todos: - Mesmo estando um roubo o preço do desodorante, comprem! Fedor de “cecê” é demais pra mim.
MÁRIO SÍLVIO PATERNOSTRO