DIVAGAÇÕES
Antes folheávamos os álbuns de fotografias e encontrávamos grupos alegres de pessoas dizendo “giz”, para sair bem na foto. Poses das mais diversas possíveis e imagináveis criatividades, inclusive aquelas pessoas relutantes
que eram forçadas a participar do “instantâneo”.
Hoje, com todos os recursos da informática, que nos são oferecidos, temos uma imensidade de fotos com grupos ainda formatados,mas conseguimos captar verdadeiros flagrantes de autenticidade e espontaneidade absolutas.
No meu computador estão armazenadas dezenas de fotos
e alguns vídeos recentes, de shows que produzi e em que os participantes mostram uma fisionomia tão sorridente, feliz e descontraída, que fico especialmente satisfeita por saber que consegui proporcionar-lhes aqueles momentos.
Creio que só quem reparte emoções por meio da arte, seja ela qual for, consegue atingir este Nirvana – quase que no real sentido da palavra - que eu sinto haver alcançado, com a música.
Já imaginaram um mundo sem pintores? A História não teria uma base de sustentação se aquele troglodita ficasse apenas matando dinossauros e mamutes sem ter o vislumbre de rabiscar sua caverna com os afrescos rupestres que, entre outros, Michelangelo aprimorou.
Homens primitivos usando suas pedras lascadas para moldar estatuetas e vasilhames de barro, saltam no espaço e encontram Da Vinci com suas ímpares criações e arte arrojadas.
Na poesia, antes de Shakespeare marcar presença, os bardos e seus antecessores já narravam feitos heróicos e deixaram as impressões de épocas que, sem sua arte, jamais teriam ecoado até nós.
A dança, primordialmente dedicada às forças divinas, deve ter chamado muita chuva, ativado as colheitas e acalmado a ira dos deuses pagãos, até que moldou um “deus” inesquecível – Fred Astaire.
Lógico que nenhuma tela, poesia ou dança teria graça sem um “fundo musical”... E aí é que eu entro.
Visualizem:
- uma pinacoteca com quadros originais de antigos e atuais pintores;
- uma sala cultural lindamente decorada com belas estátuas dos mais famosos escultores, do passado e contemporâneos;
- e poetas declamando suas obras e as imortais para uma platéia atenta e comovida.
Faltando algo? Claro... MÚSICA!!
Sim, porque sem música só se ouve o burburinho das pessoas tentando se fazer entender. A música, bem escolhida, acalma e enleva as pessoas sensíveis. Nesse meu devaneio,
colocaria Chopin, Dvorak, Ravel e... Tom Jobim.
Música cabe em qualquer situação da vida. Até nas cerimônias mortuárias toca-se a música preferida da pessoa e o cortejo fúnebre não é mais aquela tristeza de antes.
Estou providenciando um CD com minhas músicas preferidas – cantadas por mim, é claro – para tocarem quando eu morrer. Vai ter muito bolero e “outros leros” .
Quero canções e não orações.