CALA-TE BOCA!

CALA-TE BOCA!

Querem-me mais flexível e mais tolerante. Como? Se o que eu vejo e leio é de arrepiar até os cabelos do sovaco!? Políticos estão se lixando para o que estamos passando e provam isso cada vez que omitem seus ganhos fáceis. Não posso aceitar passivamente aventureiros lançando mão do meu, do seu, do nosso dinheiro. Dinheiro esse que deve ser revertido para o progresso do país e não para o futuro familiar de certos homens públicos. Homens públicos, mas que mereciam estar na privada. Isso mesmo, no vaso sanitário.

Querem-me mais educado e até formal. Aprendi senhoras e senhores com a educação que está sendo ofertada nesse país de políticos formados em “ganho fácil” e com mestrado em “cara de pau”. Sou filho do analfabetismo e parente da falta de educação. Educação que deveria ser ofertada e não comercializada para fins lucrativos em beneficio de alguns. Alguns que lancham a merenda escolar, enquanto os famintos só comem as letras de macarrão, mas jamais farão um poema concreto.

Querem-me dócil e manipulável. Não, jamais terão um fantoche nas mãos. Sou de dar nó em água, mas não de curvar perante políticos com propósitos cheios de víes. Posso clamar sozinho e ser chamado até Don Quixote, mas com meu sopro ainda irei mover moinhos.

Querem-me arredio e acovardado. Não darei a esses manipuladores de vida o gosto de me vir tremendo. Tremendo de raiva, por ser inoperante e sem a força necessária para mudar a direção da corrente. Sei que a roda-viva de tanto girar pode perder a rosa-dos-ventos e é nessa hora que eu vou estar, para apontar minha caneta e gritar honestidade.

Querem-me isso, aquilo e tudo mais. Esquecem que o que eu quero é muito pouco. Eu quero o suor do meu povo batizando o futuro do nosso país. Ainda quero mais! Quero que muitos políticos que fazem do poder um degrau para seus sonhos megalomaníacos vão para a ......................, mas cala-te boca.

MÁRIO SÍLVIO PATERNOSTRO