Não leiam que é plágio
Faltando ideia na cachola para atualizar o blog hoje, socorro-me de Fernando Pessoa, poeta português cujo nome vem de “persona”, máscara dos autores romanos. Ele mesmo andou plagiando a si próprio, usando outros codinomes. Passemos aos plágios:
“Da mais alta janela da minha casa
Com um lenço branco digo adeus
Aos meus versos que partem para a humanidade.”
Vejam aí que Pessoa deliberadamente aceita a ideia de que a arte pertence à humanidade, que dela faz o que bem entender. Pegando esse verso, modifica-se para:
Abrindo mão da arrogância e vaidade vã,
Despeço-me da minha arte
Que vai se transmudar pela vida afora.
Para o poeta, não existe originalidade. Copia-se de outros estilos, outras informações e descobertas.
“A alma é divina e a obra imperfeita,
O por-fazer é só com Deus.”
Nada há de novo sob o sol, já escreveu o salmista. Inteligências medíocres como a minha não podem ficar esperando coerência ou verossimilhança. Tudo aproveito no caldeirão maluco dessa lógica torta.
Joaquim Nabuco afirmou: “A originalidade, por si só, é qualidade negativa; precisa de juntar-se a outra para ter valor, e este valor dependerá da qualidade positiva que a acompanha.” (Joaquim Nabuco, in 'Pensées Détachées et Souvenirs').
Um blogueiro me ensinou que é relevante você não somente produzir conteúdo, mas ser uma espécie de hub de coisas interessantes que estão acontecendo por aí. Uma forma de DJ de conteúdo. O DJ, você sabe, mexe com os sons para haver perfeita integração dos ingredientes. Ao compor um todo com elementos variados, vem a surpresa de ter construído algo novo com substâncias preexistentes.
Meus livros são publicados em regime de “copyleft”, que significa retirar barreiras à utilização, difusão e modificação da obra. Todo mundo pode reproduzir o livro por qualquer meio, sem precisar identificar a fonte.
E para os que não suportam a transcrição livre de alguns textos aqui postados, tenho que dizer que o blog é meu e eu faço o que quiser com ele. Na seleção natural da blogosfera, a gente vai lendo o que interessa. Se meu blog afeta sua ética, seu modo de ver as coisas, não precisa abri-lo se não se encaixa no seu padrão de valores. Delete dos seus favoritos. Esqueça-me.