Teia do destino.
Descobri que a vida é um fio tênue entre ser e estar, fazer e desfazer, viver e amar, amar e se doer, não amar e morrer de tédio.
Sei que amanhã é um sonho irrealizado e o passado já não é algo real e que o que vai fazer de nós o que realmente somos é o valor da realidade que antes de só espreitarmos, buscamos.
Temos nas mãos do nosso destino, nossa tela particular, nosso pincel e todas as tintas que precisamos para pintar nosso paraíso e nos mudarmos para ele.
Podemos transformar estrelas que coagulam o infinito em um delicioso sorvete de astros brilhantes e pirilampos em luz que guia e ilumina a alma.
Podemos nos entregar totalmente sem garantias, sem medos do sofrimento que poderá vir e virá de qualquer jeito se não tentarmos viver.
Quero acreditar que a lembrança não se define, não pode ser redesenhada ou formatada a mero critério de ser explicada, entendida.
Acredito que a lembrança e a saudade são sensações tão distintas que na verdade não sei definir se posso guardá-las para sempre ou se vivo as perdendo á cada dia.
E esse fio tão sutil vai se tecendo e se desfazendo á cada novo momento.
Não sei se somos ou estamos, sei que amo e se me doou, vou me doer. Mas que fazer?
vamos deixar o nosso destino bicho da seda ir tecendo nossos passos/ atos e laços. Ou melhor o fio do nosso caminho.
Márcia Barcelos.