À VÉSPERA DOS meus "CINQUENTA"
Quase chegando...
Não é todo dia que se faz cinquenta anos.
Cinquenta anos!
Parece um número mágico, não parece?
É uma data que nos persegue a vida toda em pensamento, como se fosse um marco, ou um ultimato para algum sucesso ou insucesso:"Quando eu tiver cinquenta anos, aí sim, eu eu já..."
E assim passamos pelo tempo, pontuando e cerceando nossos espaços como se tivéssemos data marcada para viver...o "aqui e agora", que sempre deixamos para depois.
Porém , hoje eu estou aqui a escrever com um propósito bem maior, o de , além de agradecer a Deus pela vida, o de Lhe rogar que eu jamais caia no ridículo de não aceitar o meu tempo.
E que tampouco me renda a ele!
Afinal, nada que a evolução da ciência não consiga dar um jeitinho, (uma ruga , um cabelo alvo, uma dor no joelho), obviamente se respeitando o devido bom senso do equilíbrio...do todo.
Ainda não conseguimos o milagre de retroceder o tempo do DNA celular, embora acredito que não estamos muito distantes do feito.
Não sei, penso que a vida perderá a graça, quando enfim , nos congelarmos "jovens" para todo o sempre...
Porém, socialmente estou aqui para também quebrar mais um paradigma entre tantos que quebramos pelo tempo: aquele de que as mulheres escondem sua idade.
Imagina, que bobagem...aonde isso?
Portanto eu vos digo: Cinquenta anos!
Decerto que não farei os cinquenta sozinha...então me acompanhe, aquele que compartilhar de igual episódio temporal.
Meio século de tempo a me provar que o quê a ciência descreve deveras é verdade: o tempo é medida relativa na física do movimento , embora nos seja medida absoluta na dinâmica de vida dos "corpos" e das 'mentes".
Portanto, a ordem é: não emperremos, sigamos!
Tudo muda com o tempo, agregamos, desagregamos, acreditamos mais, acreditamos menos, ganhamos, perdemos, somamos, dividimos, multiplicamos, aceleramos, desaceleramos e sobretudo, transformamos.
Transformamos a nós, os nossos espaços, os nossos pensamentos, os nossos desejos. Repintamos, a cada tempo, uma nova tela, e a redecoramos com nova moldura!
Quantos significados perdidos, quantos outros amplificados...
Quantas adaptações, quantas transposições...
Cinquenta anos! Ainda não os fez? Então venha fazer comigo.
Parece um tanto divertido! Mesmo!
Alerto que tenho a suave impressão de que um "vento de tempo" passou por mim, e tão sutilmente...bateu na minha janela:
"Quem é?", perguntei meio desconfiada...
Senti que alguém de grande força muda me fez entender que queria entrar.
E eu ali, muito tranquilamente, porém na grande expectativa de quem descortina a vida para a curiosidade do desconhecido, com alegria, assenti a sua entrada.
Eram eles, os meus cinquenta anos!-a me sussurrar:
"Feliz Aniversário!"
Como se eu sentisse medo...
"Ora, fiquem a vontade", retruquei cordialmente.
Agora já posso respirar aliviada, apenas por entendê-los melhor.
Tempo não é escolha, não é acessório, sequer fatalidade.
Tempo simplesmente é privilégio...de VIDA.
Na jovem plenitude da minha maturidade, virarei meu calendário ciente de que, agora, embora o tempo sempre tenha pressa, eu já não a tenho...tanto.
Já vivi o suficiente para entender que sempre temos todo o tempo do mundo.
Só depende de nós a grande mágica de fazê-lo render...milagrosamente...a tempo de tudo.