No feriadão de Corpus Christi, percorrendo enorme distância entre os Estados do Amapá e o de Goiás, viajei com a família no interesse de conhecer Caldas Novas, chamada “Paraíso das Águas Quentes”. Em 1722 o bandeirante Bartolomeu Bueno Filho descobriu a região já habitada pelos Caipós e Xavantes. Dessa vez a comitiva Tucuju-Cariri encontrou as águas termais.

     O local atrai pessoas de diversos lugares e idades. O mais jovem e o mais velho turista se divertem juntos mergulhando nas piscinas quentes dos diversos clubes e parques da região. Não bastasse o prazer proporcionado pelo banho, corre ainda a crença de que as águas mornas curam. Não sei se é verdade, mas minha inconveniente bursite no ombro direito não se manifestou durante todo o passeio.

     Se de dia curtíamos os parques, durante a noite caminhávamos pelo movimentado centro da cidade. Em uma dessas noites, depois de curtir o carrossel infantil instalado próximo à Prefeitura, buscamos um lugar para jantar. As crianças sugeriram a rede de lanchonete Bobs, mas terminamos no Dodys (antigo Papas), restaurante que serve a tradicional comida goiana, instalado na Praça mestre Orlando, próximo à Igreja de Nossa Senhora das Dores. Ali, dentre outros pratos, saboreamos a sugerida e deliciosa “galinhada com piqui”.

     Durante todo o roteiro observei a animação das turmas da terceira idade. Durante o dia se divertiam nas piscinas quentes e à noite esquentavam os salões de dança. Bom saber que, quando atingirmos essa melhor idade, os alegres velhinhos de hoje, como “bandeirantes”, já abriram os caminhos para a nossa geração.

     Nessa época fria do ano a maravilhosa região goiana mistura o clima ameno do balneário Caldas da cearense Barbalha com as águas termais da potiguar Mossoró. No Parque Lagoa Quente, onde há séculos os bandeirantes encontraram um ribeirão com águas quentes, eu relaxava dentro de uma piscina com a água beirando os cinqüenta graus. Em dado momento, um simpático banhista Caldense, com seu sotaque de dupla sertaneja, me alertou:

     - Môooço,  demore muito ness’água não.

     Eu, inocentemente, perguntei:

     
     - Pru mode de quê, hômi?


     E o goiano completou:


     - Se ficar muito tempo periga cozinhar os ovo
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(imagem Google)