COMO? QUANDO? ONDE? QUEM FOI?
COMO? QUANDO? ONDE? QUEM FOI?
É inacreditável como tudo acontece e é logo esquecido! A nossa memória parece funcionar de acordo com a nossa necessidade de comentar. Na lama que vem de Brasília afundamos e nos sujamos, mas depois de um banho de belas palavras e discursos eloqüentes nos limpamos e apagamos toda a sujeira. A impunidade governa o nosso país e ainda cobra imposto. A taxa é cobrada de acordo com a alienação de cada um.
O interessante é que temos uma borracha preparada para apagar tudo que houve de errado. Mas o que interessa muitas vezes é o que vamos usufruir com o nosso esquecimento. Não adiantam denúncias, pois temos como prioridade absolver tudo de errado, dependendo do que vem para calar ou encher o nosso bolso. Deturpamos os conceitos de ética e assinamos embaixo a nossa submissão a corrupção. Se fosse resolver eu receitaria fósforo para cada um, mas sei que nem isso iria adiantar. O que vale são as promessas renovadas e os sorrisos oferecidos, tudo disponível e ofertado. Melhor maneira de criar amnésia política.
A democracia ainda é o melhor dos regimes, mas cultura é a solução para o nossa parca memória. A demagogia veio de Demóstenes e de lá pra cá tomou o corpo de todos que querem fazer da política uma carreira. A impunidade virou algo tão comum que se apossar de coisas públicas é só questão de oportunidade. Se você for honesto, ainda é chamado de idiota. Idiota somos todos, que esquecemos que de quatro em quatro anos podemos reescrever e tentar consertar o erro que foi eleito por nossa falta de capacidade de escolher. Não apoiemos discursos envolventes e nem nos iludamos com promessas homéricas, analisemos o todo, e perguntemos a nossa memória se há algo que desabone a conduta desses que se oferecem feito frutas podres na xepa. Se for o caso, comemos todas as cabeças de peixe do oceano, pois esquecer os erros é confirmar na urna a nossa burrice.
MÁRIO SÍLVIO PATERNOSTRO