IRMÃO SOL,  IRMÃ LUA


                                        *  Ação Literária entre Amigos  *
                                                  Tania Orsi Vargas


 "Irmão Sol, Irmã Lua"  é o título do filme de Franco Zefirelli de 1972, que conta a história dos dois jovens Francisco e Clara, contemporâneos vivendo na cidade de Assis, no centro da Itália. 
     " Como não se emocionar e se contagiar com essa feliz produção, que retrata a biografia do homem do milênio, segundo pesquisa da revista Times? "



 IRMÃO SOL : São Francisco de Assis

São Francisco de Assis, filho de comerciantes ricos,   quando jovem desfrutava de vinho, mulheres e canções sem ter nenhuma preocupação.  Quando a guerra e a doença assolam a região onde vive, ele sofre uma grande transformação. Ao aparecer diante do bispo local e tirar suas roupas, renuncia a  sua vida prévia para se dedicar a Deus. Mas sua pregação só iria chegar ao ápice ao ir para Roma, para ter uma audiência com o papa Inocêncio III.


 

IRMÃ LUA - STA. CLARA DE ASSIS:     discípula de São Francisco

No domingo de Ramos de 1212, a jovem Clara se lançou numa aventura tão heróica que, a não ser inspirada pelo Espírito de Deus, faria tremer o mais audacioso dos Cruzados. Subtraindo- se à vigilância dos pais, acompanhada por uma parenta, foi ela confiar sua vocação ao bispo Guido, e seu porvir a um novo pai: São Francisco, o qual se tornou seu guia espiritual.

Diante da imagem de Santa Maria dos Anjos, a jovem renunciou ao mundo por amor ao Menino Jesus, posto numa pobre manjedoura. Cobriu-se de uma túnica de lã e cingiu-se de uma corda, à maneira dos frades franciscanos, aos quais entregou suas luxuosas vestes. O próprio São Francisco cortou sua cabeleira de ouro e ela cobriu a cabeça com um véu negro, calçou sandálias de madeira e pronunciou os votos, Foi ela a criadora da Ordem das Clarissas.    

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            A história desses dois jovens nos deixa como ensinamento também, que quem possui muito pode chegar mais facilmente à conclusão de que riquezas materiais não são nada diante da riqueza da existência e suas manifestações, desde os grandes espetáculos da Natureza às mais simples evidências de que Vida é sim, simplicidade de olhar, cumplicidade com as mais singelas e ao mesmo tempo sempre grandiosas vivências como seres que fazem parte de um todo especial e tão belo. Vestir as sandálias de madeira e de vez em quando repensar a nossa presença neste mundo pode ser um exercício valioso. Nada pode ser mais impressionantemente belo e rico do que ver uma rosa se formando em botão e começando a nascer, como a que estou a acompanhar há alguns dias por aqui. E ela me ensina também  que somente estou de passagem e de que desta vida nada levarei, nem minhas roupas, nem meu dinheiro, minha casa, tudo isso na verdade não me pertence, são coisas que estou momentaneamente usando, só isso.  Esta continua sendo ainda a maior lição que podemos aprender, a do reconhecimento de que somos apenas elos de uma grande corrente e que revesti-la de ouro e jóias não faz a menor diferença na função que ela realmente ocupa neste imenso universo.