PAGANDO  MICO  NA  TORCIDA  ADVERSÁRIA.

 
                   Meu marido torce pelo Coritiba, Botafogo e São   Paulo. Não    é       fanático, mas não tolera gozação quando um de seus times perde. Eu  torço   por um monte de times, inclusive pelo Corinthians. Não me importo com as brincadeiras, desde que não venham da parte dele, meu marido. Penso que foi em 2008. O Corinthians veio jogar pelo campeonato brasileiro justo com o Coritiba, no estádio Couto Pereira. Meu marido insistiu para que eu fosse ao jogo. Argumentei que não iria  pagar  mico  na  torcida  adversária,  mas  não adiantou.Ele comprou os ingressos nas cadeiras numeradas e lá fui eu com uma camisa com o nome do Ronaldo. Sob protesto!
                 Bola   rolando e o Coritiba   faz    o primeiro gol.     Eu lá sentada com cara de poucos amigos. O timão empata, eu levanto instintivamente. O maridão coloca a mão na minha cabeça e me faz sentar. Quieta, diz ele!
            O jogo prossegue, bola daqui, bola de lá. Gol do timão! A minha alegria explode! O maridão repete o mesmo gesto anterior. Fiquei na minha!   Uns quinze minutos   antes    de   terminar   o jogo, meu   marido, temeroso de alguma reação dos coxas, resolveu ir embora.  Quando   estávamos    descendo    as arquibancadas      ouvimos o   coro    ensaiado: Vai corinthiana!   Vai!    Já na rua,   meu marido furioso, blasfema contra   mim. Tô nem aí!    O meu timão ganhou o jogo contra o Coxa e isso é o que importava naquele momento.   Mas     a  partir desse dia jurei que nunca mais iria assistir jogo   do  meu   time na torcida adversária. É mico certo .