Apóstolos
sem túmulos
(Pentecostes e Corpus Christi)
Recebi de um amigo, faz algum tempo, um livro sobre a cidade de Santiago de Compostela.
Devoto de São Tiago, o Maior, ele, um espanhol de boa cepa, filho das montanhas de Mondariz, lembrou-se deste pobre pecador, na sua peregrinação ao túmulo do padroeiro de seu símpático País.
De logo, confesso minha descomunal frustração por não conhecer a bela catedral da capital da Galícia onde se supõe - eu disse se supõe - repousam os restos mortais do apóstolo Tiago, o Maior, assim chamado para não ser confundido com outros Tiagos, todos canonizados.
É bastante conhecida a história da descoberta do seu túmulo, e por quem. Não devo, pois, alongar-me nesse assunto que envolve um eremita, Pelágio ou Palaio; um bispo, Teodomiro; e o rei das Astúrias, Dom Afonso II, o Casto.
Esteja ou não o apóstolo Tiago enterrado nessa bela metrópole galega, a verdade, e dela não se pode fugir, é que Santiago de Compostela (campo de estrelas) é a terceira cidade mais sagrada do mundo cristão. Perde somente para Jerusalém e Roma.
Mas, há sempre o que se especular sobre o lugar, exato ou presumível, onde alguns dos nosso mais importantes santos estão enterrados.
Não se tem, por exemplo, notícia onde a Virgem Maria foi enterrada; com a mesma nitidez, digamos, com que a Igreja fala do Santo Sepulcro.
Os quatro Evangelistas silenciaram a esse respeito. João e Lucas, que teriam conhecido Maria pessoalmente, bem que podiam ter indicado onde está o túmulo da Mãe do Senhor; ou estaria. Sobre sua morte e seu sepultamento nos dão notícias os Evangelhos Apócrifos, e aí a história é outra.
Os restos mortais de São Pedro supõe-se que estejam em Roma, sob o altar-mor da Basílica petrina, emoldurado pelo exuberante baldaquino de Gianlorenzo Bernini. Não conheço mausoléu mais bonito!
Quanto a São Paulo, decaptado no ano de 65, por ordem de Nero, só, recentemente, admitiu-se que o glorioso apóstolo dos gentios fora enterrado em Roma, onde hoje se ergue a imponente Basílica que tem o seu nome.
Assim mesmo, a abertura do seu túmulo, para a comprovação definitiva e inarredável do que se afirma, ainda está dependendo de uma decisão do Papa Bento.
Particularmente, tenho como certos, posto que em romaria os visitei, os túmulos de dois grandes santos: o de São Francisco das Chagas, na fascinante Assis, e o de Santo Antônio, em Pádua.
É claro, que, aqui, o leitor tem a opinião de um ousado leigo, que nem devia estar escrevendo sobre assunto de tamanha magnitude.
Estimulou-me, porém, a rabiscar esta crônica, e o faço, repito, sem maiores pretensões, o livro que estou lendo, aproveitando o feriadão de Corpus Christi. Os Enigmas do Vaticano, este é o seu título, e foi escrito pelo jornalista Alfredo Lissoni, nascido em Milão.
Cito alguns temas por ele abordados, para que o leitor tenha uma idéia do quanto é interessante a sua leitura. Ei-los: O outro Jesus, Os livros malditos, A Conspiração do Sudário, Os Evangelhos desconhecidos, O outro Deus da Bíblia, Quando Deus era uma mulher, O quarto segredo de Fátima, Viagem no inferno e por aí vai.
Entre os enigmas apontados por Lissoni, e que ele chama de "enigma da cristandade", diz respetio "à sorte dos apóstolos de Cristo".
Ele transcreve e comenta um tópico que selecionou na Storia della Chiesa e que tem o teor seguinte: "Oito apóstolos de doze desapareceram depois de Pentecostes e deles nada se soube. São eles André, Mateus, Bartolomeu, Tomé, Simão o Zelote, Judas Tadeu, Felipe (eu, hein?) e Matias. Dos outros quatro (Pedro, João, Tiago o Maior, e Tiago o Menor) muito se fala nos "Atos dos Apóstolos", nas Cartas de Paulo e no "Apocalipse."
Afinal, que fim levaram os corpos desses oito apóstolos? Por que São Jerônimo, ao escrever a "Vulgata", não se preocupou em apontar os prováveis locais onde repousam as relíquias desses oito discipulos do Mestre?
De repente a gente vai desvendar este e outros mistérios lendo os Evangelhos Apócrifos que, mais uma vez confesso, sempre me seduziram.
sem túmulos
(Pentecostes e Corpus Christi)
Recebi de um amigo, faz algum tempo, um livro sobre a cidade de Santiago de Compostela.
Devoto de São Tiago, o Maior, ele, um espanhol de boa cepa, filho das montanhas de Mondariz, lembrou-se deste pobre pecador, na sua peregrinação ao túmulo do padroeiro de seu símpático País.
De logo, confesso minha descomunal frustração por não conhecer a bela catedral da capital da Galícia onde se supõe - eu disse se supõe - repousam os restos mortais do apóstolo Tiago, o Maior, assim chamado para não ser confundido com outros Tiagos, todos canonizados.
É bastante conhecida a história da descoberta do seu túmulo, e por quem. Não devo, pois, alongar-me nesse assunto que envolve um eremita, Pelágio ou Palaio; um bispo, Teodomiro; e o rei das Astúrias, Dom Afonso II, o Casto.
Esteja ou não o apóstolo Tiago enterrado nessa bela metrópole galega, a verdade, e dela não se pode fugir, é que Santiago de Compostela (campo de estrelas) é a terceira cidade mais sagrada do mundo cristão. Perde somente para Jerusalém e Roma.
Mas, há sempre o que se especular sobre o lugar, exato ou presumível, onde alguns dos nosso mais importantes santos estão enterrados.
Não se tem, por exemplo, notícia onde a Virgem Maria foi enterrada; com a mesma nitidez, digamos, com que a Igreja fala do Santo Sepulcro.
Os quatro Evangelistas silenciaram a esse respeito. João e Lucas, que teriam conhecido Maria pessoalmente, bem que podiam ter indicado onde está o túmulo da Mãe do Senhor; ou estaria. Sobre sua morte e seu sepultamento nos dão notícias os Evangelhos Apócrifos, e aí a história é outra.
Os restos mortais de São Pedro supõe-se que estejam em Roma, sob o altar-mor da Basílica petrina, emoldurado pelo exuberante baldaquino de Gianlorenzo Bernini. Não conheço mausoléu mais bonito!
Quanto a São Paulo, decaptado no ano de 65, por ordem de Nero, só, recentemente, admitiu-se que o glorioso apóstolo dos gentios fora enterrado em Roma, onde hoje se ergue a imponente Basílica que tem o seu nome.
Assim mesmo, a abertura do seu túmulo, para a comprovação definitiva e inarredável do que se afirma, ainda está dependendo de uma decisão do Papa Bento.
Particularmente, tenho como certos, posto que em romaria os visitei, os túmulos de dois grandes santos: o de São Francisco das Chagas, na fascinante Assis, e o de Santo Antônio, em Pádua.
É claro, que, aqui, o leitor tem a opinião de um ousado leigo, que nem devia estar escrevendo sobre assunto de tamanha magnitude.
Estimulou-me, porém, a rabiscar esta crônica, e o faço, repito, sem maiores pretensões, o livro que estou lendo, aproveitando o feriadão de Corpus Christi. Os Enigmas do Vaticano, este é o seu título, e foi escrito pelo jornalista Alfredo Lissoni, nascido em Milão.
Cito alguns temas por ele abordados, para que o leitor tenha uma idéia do quanto é interessante a sua leitura. Ei-los: O outro Jesus, Os livros malditos, A Conspiração do Sudário, Os Evangelhos desconhecidos, O outro Deus da Bíblia, Quando Deus era uma mulher, O quarto segredo de Fátima, Viagem no inferno e por aí vai.
Entre os enigmas apontados por Lissoni, e que ele chama de "enigma da cristandade", diz respetio "à sorte dos apóstolos de Cristo".
Ele transcreve e comenta um tópico que selecionou na Storia della Chiesa e que tem o teor seguinte: "Oito apóstolos de doze desapareceram depois de Pentecostes e deles nada se soube. São eles André, Mateus, Bartolomeu, Tomé, Simão o Zelote, Judas Tadeu, Felipe (eu, hein?) e Matias. Dos outros quatro (Pedro, João, Tiago o Maior, e Tiago o Menor) muito se fala nos "Atos dos Apóstolos", nas Cartas de Paulo e no "Apocalipse."
Afinal, que fim levaram os corpos desses oito apóstolos? Por que São Jerônimo, ao escrever a "Vulgata", não se preocupou em apontar os prováveis locais onde repousam as relíquias desses oito discipulos do Mestre?
De repente a gente vai desvendar este e outros mistérios lendo os Evangelhos Apócrifos que, mais uma vez confesso, sempre me seduziram.