“Santos do pau oco”!

“Santos do pau oco”!

Tem hora que dá vontade de começar a crônica com palavras de baixo calão. Mas a minha ética e os falsos moralistas de plantão logo comeriam a minha carne com voracidade. Eu poderia até afirmar que sou o cara! Sou o cara de pau, pois mostro meu rosto semanalmente nesse veículo de comunicação. Não, eu não sou o cara! Tem muita gente brigando por essa alcunha e eu não quero entrar nessa disputa. Minha modéstia, se é que eu tenho me impede.

Muitos se arvoram salvadores da pátria, mas o milagre que se vê é outro. Há muitos santos espalhados nesse cenário político oferecendo a esperança e a entrada para o paraíso. Esses “salvadores” pregam em praça pública suas promessas e verdades, e “o que é a verdade”? Pilatos lavou as mãos do sangue do justo que foi derramado em nosso nome, mas os “salvadores”, os nossos “reis dos reis”, não querem a crucificação e sim o oásis que é oferecido. Não vou me assustar se muitos deles não estão preparando um golpe para tirar Deus do seu trono.

Estou esperando o dia em que teremos que rezar para novos deuses, criados por nós mesmos. Somos culpados desses “santos” que só sabem rezar para o deus da fortuna fácil.

Não há mais pecado sobre a terra, e às vezes penso que chegará o dia em que serei culpado de tudo. O mundo anda espalhado de anjos e parece que só eu tenho defeitos e erros. Estou me preparando para ser acusado de disseminar a fome pelo mundo, de propagar a miséria, da seca, de doença que já deveriam ser extintas, etc., etc., etc.. Estou a procura de um ser humano que tenha pecado pelo menos uma vez e não encontro. “Eli, Eli, aba sabactani”, é tudo o que tenho a dizer.

Não vou me assustar quando alguém se arvorar de conseguir fazer um morto pela fome voltar à vida. Estou cheio de alhos, crucifico e muita determinação, pois não quero ser mais um para pedir a benção para esses santos do pau oco.

MÁRIO SÍLVIO PATERNOSTRO