NOSTALGIA PARA OS OLHOS E OUVIDOS
O cinema anda meio cabisbaixo. O mesmo vem acontecendo com a música. A literatura nem tanto, uma vez que sequer chegou a ser de todo descoberta. Ela vivia mais no super mundo das produções nobélicas* e graças à internet há a possibilidade de conhecermos muita gente boa que estava impedida de passar suas idéias e emoções para além dos limites do papel manuscrito. Eu já tinha ouvido também gente da velha guarda da música dizer que há uma falta de assunto na música popular. Não é por causa dos ritmos de moda que proliferam por ai. Eles sempre existiram e não eram páreo para a boa música. Agora são. É verdade também que houve uma queda na qualidade do gosto musical da geração mais nova, mas isso é fruto de uma crise de identidades culturais mais fortes. Acho que é mesmo a falta do que dizer. Falar de amor, de dor de cotovelo, de corpos sarados e rebolação, fala-se em qualquer ritmo. Seja dançante ou não, o que conta é como se embala. E o cinema? Nunca vi tanto remake. Hollywood está anunciando uma enxurrada de novas/velhas apresentações. E não são clássicos que estão sendo revisitados. São antigos sucessos de bilheteria apenas. Isso seria uma prova da crise de criatividade? Ou tudo que se vende e de que se fala muito é bom? Não sei mas me interesso muito, afinal são filmes e música minhas companhias prediletas junto de minha família , meus amigos e meus livros.
No final, eu vou continuar me perguntando até a morte se a nostalgia é um apego ao passado, uma resistência ao presente que se esperava enquanto futuro melhor ou se é mesmo uma crise que está provocando falta de assunto interessante.
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* um neologismo meu para comparar às produções cinematográficas em busca de Oscar. No caso das literárias, em busca de prêmios Nobel.