GRAMÁTICA BRASILIENSE

Em minha recente visita a Brasília, a Iaci me levou para uma exposição sobre Lúcio Costa, comemorativa dos 50 anos da cidade idealizada por ele. Gostei muito, vocês já sabem que me interesso pela arquitetura. Ver esboços de projetos, além dos dito-cujos, tudo aquilo sobre a nova capital que fervilhava na cabeça dele, assim como casas e prédios arrojados para a época foi um encantamento. Pena que ele não seja tão festejado por nós brasileiros.

No outro dia fui com nossa amiga à UnB. Andar por aquele campus me fez voltar um tanto no tempo... ao tempo em que também fui estudante na USP. Quando entrei na faculdade, a nossa Cidade Universitária ainda não estava de todo concluída, por isso comecei meu curso de Letras na rua Maria Antonia, que fica no bairro de Higienópolis, em São Paulo. Alguns anos depois é que nos mudamos para lá. Do mesmo modo, a Iaci também parecia uma estudante universitária, mostrando os lugares por onde circulava: a faculdade de Artes, o restaurante dos bandejões, o local no meio do parque onde ela e os amigos se reuniam para serestas, cantando e tocando violão. Tudo muito bonito.

Finalmente, entramos na FAU. Ali pude ver com calma como é o ambiente em que os futuros arquitetos trabalham e também perceber que o prédio, apesar de não ser mais novinho, continua moderno. De qualquer lugar em que estejamos, nossa vista alcança o lado de fora, com flores e árvores em profusão.

No caminho de volta para o lugar onde havíamos deixado o carro, meus pezinhos começaram a reclamar. Também, quem mandou passear de saltinho? Olhei bem para o gramado e tive vontade de sentar ali e descansar. Não fosse o avião que teria que pegar logo mais, eu poderia ter aproveitado para estudar um pouco de gramática naquela Universidade...

Isto é, fazer o mesmo que nosso amigo Wilson Pereira em seus tempos de estudante quando matava aulas espichado na grama. Estudava gramática!