MELANCOLIA

Melancolia enigmática, sem sentido, sem motivo aparente. Dor que percorre as fibras do meu ser e faz cinza minha alma. Não vejo o sol brilhante, seus raios não atingem a retina cor de chumbo da minha rotina. Por que motivo me chegas assim desavisada? Onde o foco que atrela meu pensar a haste negra das idéias? Eu te conheço já há tanto tempo e até aprendi a lidar com tuas artimanhas. Mas é custoso, pois me enredas na teia fúnebre da feiura. Eu te rebato e o esforço me esgota. Sempre te venço porque pressinto tua aproximação. Mas os momentos em que te instalas fazem de mim uma flor murcha e encurvada. Nesses instantes me isolo e busco conforto na prece, no pensamento de que tudo passa. Busco a escrita, verso ou prosa, pouco importa. É ela o meu divã, meu analista, meu escape, minha força.

Então tu te vais... Eu sei que voltas e o esforço recomeça. Assim, entre altos e baixos, busco a estabilidade interior. E a cada estocada vencida fortaleço meu espírito, escalo mais um degrau na lapidação do meu ser. Estou em constante evolução e a subida íngreme não mais me amedronta. Meu destino é a Luz... Um dia eu chego ao topo, porque sou filha das estrelas.

Giustina
Enviado por Giustina em 03/06/2010
Reeditado em 11/02/2014
Código do texto: T2297709
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