O cenário estava preparado:
-entradinhas para entreter e acompanhar o Martini com gelo e limão
-sofás livres de tralhas e com almofadões confortáveis
-big TV de plasma ligada à Sport TV
-mesa posta para o jantar que iria começar aos 45 minutos
-jantar pronto e no forno
-vinho tinto Moira's Reserva etc., etc. já a "respirar"
-espumante no fresco para festejar a vitória do Benfica (dada como certa nesta casa)
As notícias nas últimas horas não eram agradáveis. Vários adeptos de... apedrejaram o autocarro onde seguiam os jogadores de... para a Cidade Invicta. Há um vidro rachado do dito e muito drama sobre o assunto tanto nos órgãos de informação como nas palavras proferidas pelos espectadores nesta casa. Mais tarde e quase à hora do início do jogo, apedrejam o autocarro dos outros jogadores. "Bem feito" diz-se neste santo lar... A Polícia nega o facto. Seria largamente criticada mais tarde e parece que sujeita a investigação.
O Estádio dos Dragões está repleto. Pergunta-se: onde está a crise?
Os espectadores/adeptos de ambas as equipas ululam.
Aqui na sala, os homens acomodam-se no sofá. Saio para a varanda para fumar um cigarrinho pois os donos da casa não consentem fumarada dentro dela (anda uma mãe a criar um filho para isto...). Pelo vidro assisto ao pontapé de saída. Fumado que foi 1/3 do cigarro desisto e regresso ao calor da sala.
Os 1ºs 6 minutos foram animados: Fucile (as minhas noras e eu percebemos Fuzzilli e perdemos o ritmo ao jogo pois começámos a falar em receitas sobre massas) e Di Maria envolveram-se em qualquer coisa não permitida e lá saiu o cartão amarelo que foi brinde para os dois. Que não, que o pobre Di Maria não sei quê...
Andando...
Nós, as mulheres, estávamos fascinadas com nomes como Hulk (mas este não é personagem de Banda Desenhada? Que está aqui a fazer?), Belluschi (cuchi cuchi...), Alan Kardec (estamos a ver um jogo de futebol ou numa sessão espírita?), Maxi Pereira (Maxi?... e se é Mini? ah ah ah), Guarin (será francês?), Saviola (humm Sá Viola? Se Viola, Viola quem?), Luisão (não Luizinho), Maicon (maricón? ouvimos bem?), Coentrão...
Muito interessante...
Olegário Benquerença... Que mãe desnaturada baptiza o filho de Olegário tendo ele como sina transportar o Benquerença de família às costas para sempre? Pois a mãezinha, ela mesma, do Senhor Olegário foi várias vezes insultada sem caridade apesar de ser o Dia da Mãe. Foi insultada no Estádio e também ali em casa apesar dos nossos protestos. A ingrata missão de Árbitro do jogo saiu-lhe talvez em rifa... Coube ao filho da mãe, não a ela, ser o Árbitro...
Uma outra figura muito citada foi Jesualdo Ferreira, creio que o treinador dos dragões. A mãe dele também...
Outra mãe também muito referida foi a de Jorge de Jesus e mais a sua farta cabeleira, esse o treinador das águias.
Chovem objectos no relvado atirados amorosamente pelos espectadores: isqueiros, bolas (incluindo uma de golfe), vários telemóveis... Em fundo ouve-se o ribombar de petardos (e então os que revistam o povo à entrada que fizeram?) quando estes rebentavam. Tochas acendidas choveram dentro das quatro linhas... Povo educado e com espírito desportivo, heim?
Ainda não tinha terminado o 1º tempo, um grito faz-nos olhar para a big TV (já estávamos mais viradas para coisas muito mais interessantes como cremes hidratantes para as mãos). Os meus filhos, levantados do sofá, clamavam que tinham sido roubados pois o golo marcado nas malhas dos vizinhos de Alvalade fora injustamente validado. E vimos, desinteressadas, o golo em causa de todos os ângulos... "Olha que sim, estava fora de jogo!" "Parece que não, aqui parece que é válido!"
Fomos buscar o jantarito e, ao intervalo, sentámo-nos à mesa. O frango estufado com arroz branco tinha um sabor amargo para eles e o tal Moira's estava avinagrado. Íamos nós na sobremesa e as águias empatam logo nos 1ºs minutos do 2º Tempo. Os ânimos voltaram a animar-se pois bastava o empate para a vitória do campeonato estar garantida às águias. Os homens estavam encantados... Nós, as mulheres, absolutamente indiferentes...
As faltas eram mais que muitas. Onze (11) cartões amarelos sendo que dois (2) fossem para Fucili, o menino com nome de "spaguetti" e que, com este mimo levou um vermelho sem dó nem piedade.
Eu juro que ouvi (e a minha nora mais nova também ouviu) o comentador dizer: "Por beves momentos Jennifer Lopez entrou no relvado"... Desmentiram-nos logo os entendidos, como sendo absurda só a simples alusão a tal facto... Mas que ouvimos, ouvimos!
Os dragões marcaram mais dois golos e o jogo perdeu o encanto todo...
O Olegário corre o campo de lés a lés distribuindo amarelos a eito.
Jesualdo inflama-se e é expulso do campo sendo obrigado a recolher aos balneários. O povo nas bancadas, maioritariamente azul e branco, vocifera contra o seu treinador por ele se deixar levar pelo entusiasmo e ter deixado os pobres jogadores sem apoio naquele momento tão crucial das suas vidas...
O jogo termina.
Há desacordo quanto ao espumante: os desanimados Homens acham que não se deve abrir, as minhas queridas noras dizem que sim pois é o Dia da Mãe e há prendinhas (berloques para a minha pulseira Pandora absolutamente exclusiva para mim e para mais 30 milhões de mulheres) para oferecer também com o brinde. Abre-se a garrafa, fazem-se os brindes (longa e feliz vida à mãe) e aproveita-se para brindar à nova casa do casal mais velho.
Nós, as mulheres, fomos duramente criticadas por não estarmos atentas e solidárias no seu sofrimento durante os 90 e muitos minutos do evento...
(02/05/2010)
Beijinhos,
Teresa
-entradinhas para entreter e acompanhar o Martini com gelo e limão
-sofás livres de tralhas e com almofadões confortáveis
-big TV de plasma ligada à Sport TV
-mesa posta para o jantar que iria começar aos 45 minutos
-jantar pronto e no forno
-vinho tinto Moira's Reserva etc., etc. já a "respirar"
-espumante no fresco para festejar a vitória do Benfica (dada como certa nesta casa)
As notícias nas últimas horas não eram agradáveis. Vários adeptos de... apedrejaram o autocarro onde seguiam os jogadores de... para a Cidade Invicta. Há um vidro rachado do dito e muito drama sobre o assunto tanto nos órgãos de informação como nas palavras proferidas pelos espectadores nesta casa. Mais tarde e quase à hora do início do jogo, apedrejam o autocarro dos outros jogadores. "Bem feito" diz-se neste santo lar... A Polícia nega o facto. Seria largamente criticada mais tarde e parece que sujeita a investigação.
O Estádio dos Dragões está repleto. Pergunta-se: onde está a crise?
Os espectadores/adeptos de ambas as equipas ululam.
Aqui na sala, os homens acomodam-se no sofá. Saio para a varanda para fumar um cigarrinho pois os donos da casa não consentem fumarada dentro dela (anda uma mãe a criar um filho para isto...). Pelo vidro assisto ao pontapé de saída. Fumado que foi 1/3 do cigarro desisto e regresso ao calor da sala.
Os 1ºs 6 minutos foram animados: Fucile (as minhas noras e eu percebemos Fuzzilli e perdemos o ritmo ao jogo pois começámos a falar em receitas sobre massas) e Di Maria envolveram-se em qualquer coisa não permitida e lá saiu o cartão amarelo que foi brinde para os dois. Que não, que o pobre Di Maria não sei quê...
Andando...
Nós, as mulheres, estávamos fascinadas com nomes como Hulk (mas este não é personagem de Banda Desenhada? Que está aqui a fazer?), Belluschi (cuchi cuchi...), Alan Kardec (estamos a ver um jogo de futebol ou numa sessão espírita?), Maxi Pereira (Maxi?... e se é Mini? ah ah ah), Guarin (será francês?), Saviola (humm Sá Viola? Se Viola, Viola quem?), Luisão (não Luizinho), Maicon (maricón? ouvimos bem?), Coentrão...
Muito interessante...
Olegário Benquerença... Que mãe desnaturada baptiza o filho de Olegário tendo ele como sina transportar o Benquerença de família às costas para sempre? Pois a mãezinha, ela mesma, do Senhor Olegário foi várias vezes insultada sem caridade apesar de ser o Dia da Mãe. Foi insultada no Estádio e também ali em casa apesar dos nossos protestos. A ingrata missão de Árbitro do jogo saiu-lhe talvez em rifa... Coube ao filho da mãe, não a ela, ser o Árbitro...
Uma outra figura muito citada foi Jesualdo Ferreira, creio que o treinador dos dragões. A mãe dele também...
Outra mãe também muito referida foi a de Jorge de Jesus e mais a sua farta cabeleira, esse o treinador das águias.
Chovem objectos no relvado atirados amorosamente pelos espectadores: isqueiros, bolas (incluindo uma de golfe), vários telemóveis... Em fundo ouve-se o ribombar de petardos (e então os que revistam o povo à entrada que fizeram?) quando estes rebentavam. Tochas acendidas choveram dentro das quatro linhas... Povo educado e com espírito desportivo, heim?
Ainda não tinha terminado o 1º tempo, um grito faz-nos olhar para a big TV (já estávamos mais viradas para coisas muito mais interessantes como cremes hidratantes para as mãos). Os meus filhos, levantados do sofá, clamavam que tinham sido roubados pois o golo marcado nas malhas dos vizinhos de Alvalade fora injustamente validado. E vimos, desinteressadas, o golo em causa de todos os ângulos... "Olha que sim, estava fora de jogo!" "Parece que não, aqui parece que é válido!"
Fomos buscar o jantarito e, ao intervalo, sentámo-nos à mesa. O frango estufado com arroz branco tinha um sabor amargo para eles e o tal Moira's estava avinagrado. Íamos nós na sobremesa e as águias empatam logo nos 1ºs minutos do 2º Tempo. Os ânimos voltaram a animar-se pois bastava o empate para a vitória do campeonato estar garantida às águias. Os homens estavam encantados... Nós, as mulheres, absolutamente indiferentes...
As faltas eram mais que muitas. Onze (11) cartões amarelos sendo que dois (2) fossem para Fucili, o menino com nome de "spaguetti" e que, com este mimo levou um vermelho sem dó nem piedade.
Eu juro que ouvi (e a minha nora mais nova também ouviu) o comentador dizer: "Por beves momentos Jennifer Lopez entrou no relvado"... Desmentiram-nos logo os entendidos, como sendo absurda só a simples alusão a tal facto... Mas que ouvimos, ouvimos!
Os dragões marcaram mais dois golos e o jogo perdeu o encanto todo...
O Olegário corre o campo de lés a lés distribuindo amarelos a eito.
Jesualdo inflama-se e é expulso do campo sendo obrigado a recolher aos balneários. O povo nas bancadas, maioritariamente azul e branco, vocifera contra o seu treinador por ele se deixar levar pelo entusiasmo e ter deixado os pobres jogadores sem apoio naquele momento tão crucial das suas vidas...
O jogo termina.
Há desacordo quanto ao espumante: os desanimados Homens acham que não se deve abrir, as minhas queridas noras dizem que sim pois é o Dia da Mãe e há prendinhas (berloques para a minha pulseira Pandora absolutamente exclusiva para mim e para mais 30 milhões de mulheres) para oferecer também com o brinde. Abre-se a garrafa, fazem-se os brindes (longa e feliz vida à mãe) e aproveita-se para brindar à nova casa do casal mais velho.
Nós, as mulheres, fomos duramente criticadas por não estarmos atentas e solidárias no seu sofrimento durante os 90 e muitos minutos do evento...
(02/05/2010)
Beijinhos,
Teresa