Ouro para alienação, Prata para a corrupção e Bronze para a demagogia

Ouro para alienação, Prata para a corrupção

e Bronze para a demagogia

Finalmente vamos sediar as Olimpíadas! Ganhamos com isso a primeira medalha de ouro, a ilusão de que derrotamos pela primeira vez os ianques. Tola ilusão! O Brasil desde já se prepara para receber povos de todo o planeta. Só não pode esquecer o seu próprio povo.

O brasileiro não almeja a medalha de ouro, mas treina diariamente contra a própria sobrevivência. Realmente fomos presenteados com tal evento! Com isso vamos esquecer as falcatruas, a fome, o desemprego, o país vai estar colorido com o ouro da alienação. Vamos maquiar a pobreza e esconder assim as mazelas para o resto do mundo. As olimpíadas começam com a exclusão de um povo que vai apenas assistir o espetáculo nababesco e se contentar com os flashes da propaganda ufanista. A partir do anuncio da vitória do Brasil, os problemas parecem que deixaram de existir. Podemos ver ressoar pelos quatros cantos do país o ufanismo cantado em CIDADE MARAVILHOSA..., mas não esqueçamos que há décadas atrás em pleno regime ditatorial, engolimos a seco EU TE AMO MEU BRASIL, EU TE AMO!

Acho que necessitamos de quando em vez desses eventos, assim esquecemos por instantes as agruras da vida. É o famoso anestésico, receitado pelos patrões do destino. Desse jeito aliviamos as dores causadas pela corrupção e assim esquecemos que sempre terminamos em último lugar na modalidade honestidade. Com tal evento tudo conspira a favor dos acordos feitos nos porões dos conchavos. Com as Olimpíadas, certamente melhorias irão acontecer, só resta saber se serão em beneficio da grande massa, ou se a minoria que já é abastada de riqueza e demagogia vai colher os furtos, desculpem, os frutos do evento.

O pão e circo mais uma vez nos são dados. O pão dessa vez tem a manteiga da doce ilusão de que a partir desse instante o mundo vai saber quem somos. O circo fica por conta daqueles que irão ganhar a medalha de ouro. Não estou falando dos atletas, mas sim...não preciso dizer, ou preciso?

MÁRIO SÍLVIO PATERNOSTRO