Tão bonitinha...MAS ELA FUMAVA
Ela fumava! Tão bonitinha, mas fumante; e lá fui eu destilhando o meu preconceito adiante, nessa frase, no pensamento que veio antes, e na distância que fiz questão de manter de Michele, se bem que com ela, comecei a rever o meu preconceito, não por respeito à opinião e gosto alheio, mas porque Michele tinha esse perfume que disfarçava o cheiro da nicotina em seu corpo e não tem nada mais horrososo que cheiro de nicotina impregnando quem fuma e quem recebe a fumaça soprada na cara.
Sim, cada qual com os seus preconceitos, afinal todo mundo tem um; e se você não tem, um dia vai ficar surpreso ao descobrir que alguém tem um por você. Conheço o gosto do olhar do preconceito, pois esses meus cabelos que preenchem o meu peito, volta e meia, transbordam pela camisa e tem gente que me olha, como se estivesse olhando um macaco ou pior, Tony Ramos. Aprendi a viver com isso, mas confesso que por um tempo, pensei em depilar o corpo inteiro, mas abandonei a idéia só em imaginar a dor dessa tortura.
Do que eu falava mesmo? Ah! Falava de Michele e dos seus cigarros. Não sei onde ela aprendeu a fumar, ou se existe curso para isso, mas ela fumava como se fosse uma estrela de hollywood dos anos 40. Acho que nem Rita Hayworth colocava o cigarro na boca da mesma forma que Michele fazia. Sensual, sexy e quase dava vontade de nascer nicotina, só para ser tragado por aqueles lábios. Você pode até achar que eu estava vendendo barato o meu preconceito de cigarro, mas por Michele, eu viraria até fumante passivo e juro, morreria disso, com a certeza que amei michele e fui amado, mesmo com o cigarro presente nesse triângulo amoroso.
Aonde eu quero chegar com tudo isso? Já digo: Michele parou de fumar e com isso, foi-se o encanto hollywodiano, pois Michele tornou-se apenas outra mulher qualquer...terminamos!