AUTOCRÍTICA
Ouvi tudo aquilo calado. Afinal não fui eu a procurar o conselho, a opinião? A resposta só não veio mais curta e grossa porque saiu da boca de uma mulher. O recado foi dado mais ou menos assim:
“A sua poesia”, --- meneou a mão, tal um avião saudando a platéia abaixo; acenava aquele gesto típico de desprezo como se os versos estivessem mais pra lá do que pra cá de bons --- “é palatável!” Terminou. Antes me dissera meia dúzia de palavras do contexto e da estrutura literária que, segundo ela, devem reger a boa poesia.
“Quanto a prosa, vejo-a rebuscada, entremeada de vocábulos fora de moda, carregada de modismos e grosseiros vícios de linguagem, carecendo, ainda, ser revista por algo de expressão moderna”. Em suma, eu deveria me apressar a ler e adaptar-me aos autores novos, aos modernos.
Cocei a cabeça e contentei com as minhas pobres rimas, embora a poesia de hoje nem faça tanta questão delas.
Quanto aos textos entendi ser preciso melhorá-los. Não chegam a ser medíocres, mas...
Tenho de recolher os meus vícios, meus modismos, arregaçar as mangas no duro ofício de reaprender, de corrigir-me. Noto que, realmente, gosto de empregar a preposição “para” para tudo; empregar os indefinidos da mesma forma; os “quês” em suas diversas categorias gramaticais, sem falar dos “gerundismos”. Falar em restringir os adjetivos valorizando os substantivos e os verbos, fiquei sabendo disso agora; aliás, com certa contrariedade, por gostar das frases floreadas e impactantes. Mas vamos lá.
Uma das minhas preocupações sempre foi a de enviar textos ao RL isentos da crítica profissional de um revisor. Quem escreve sabe: a gente lê, relê, treslê e não vê. Quando a coisa é publicada salta aos olhos. É o diabo!
Dentro desse esquema de depuração que me impus, adquiri o Manual da Redação da Folha juntamente o livro a Arte de Escrever Bem. Dois bons livros. Bem mais úteis até que o “best seller” de F. Prose “Para Ler Como Um Escritor”. Embora os dois primeiros sejam mais práticos o terceiro me enseja maior criatividade.
Dizem que ao cavalo velho é difícil largar o trote. Logo, vamos ver o que vai dar. Não seria o que vai rolar?
Ouvi tudo aquilo calado. Afinal não fui eu a procurar o conselho, a opinião? A resposta só não veio mais curta e grossa porque saiu da boca de uma mulher. O recado foi dado mais ou menos assim:
“A sua poesia”, --- meneou a mão, tal um avião saudando a platéia abaixo; acenava aquele gesto típico de desprezo como se os versos estivessem mais pra lá do que pra cá de bons --- “é palatável!” Terminou. Antes me dissera meia dúzia de palavras do contexto e da estrutura literária que, segundo ela, devem reger a boa poesia.
“Quanto a prosa, vejo-a rebuscada, entremeada de vocábulos fora de moda, carregada de modismos e grosseiros vícios de linguagem, carecendo, ainda, ser revista por algo de expressão moderna”. Em suma, eu deveria me apressar a ler e adaptar-me aos autores novos, aos modernos.
Cocei a cabeça e contentei com as minhas pobres rimas, embora a poesia de hoje nem faça tanta questão delas.
Quanto aos textos entendi ser preciso melhorá-los. Não chegam a ser medíocres, mas...
Tenho de recolher os meus vícios, meus modismos, arregaçar as mangas no duro ofício de reaprender, de corrigir-me. Noto que, realmente, gosto de empregar a preposição “para” para tudo; empregar os indefinidos da mesma forma; os “quês” em suas diversas categorias gramaticais, sem falar dos “gerundismos”. Falar em restringir os adjetivos valorizando os substantivos e os verbos, fiquei sabendo disso agora; aliás, com certa contrariedade, por gostar das frases floreadas e impactantes. Mas vamos lá.
Uma das minhas preocupações sempre foi a de enviar textos ao RL isentos da crítica profissional de um revisor. Quem escreve sabe: a gente lê, relê, treslê e não vê. Quando a coisa é publicada salta aos olhos. É o diabo!
Dentro desse esquema de depuração que me impus, adquiri o Manual da Redação da Folha juntamente o livro a Arte de Escrever Bem. Dois bons livros. Bem mais úteis até que o “best seller” de F. Prose “Para Ler Como Um Escritor”. Embora os dois primeiros sejam mais práticos o terceiro me enseja maior criatividade.
Dizem que ao cavalo velho é difícil largar o trote. Logo, vamos ver o que vai dar. Não seria o que vai rolar?