Roda viva da vida
Breve comentário sobre o texto.
Dia desses dirigia por uma estrada, dessas do interior que liga uma cidade pequena outra menor ainda. Fui visitar um cliente em um sítio, ocasião ésta, em que indicado por um amigo, passei em uma fazenda para visitar uma pequena igreja que alí fôra construida em meados do século passado, e que segundo meu amigo, na entrada da pequena capéla próximo ao para-vento via-se ao entrar, o vulto de uma senhora negra, vestida em uma túnica de um azul da cor do céu. Sempre acreditei que existe uma forte ligação entre o que chamamos de fisíco e o metafísico, ou, entre o matéria e o espirito, e que desse ultimo, alguns tem livre acesso ao nosso plano, uns para o bem outros para o mal.
Ao entrar, passar pelo para-vento e me dirigir ao pequeno e simples altar, onde a chama de duas vélas iluminavam fracamente um quadro onde resplandia o rosto de JESUS DE NAZARÉ, achei estranho, mas tive a nitida impressão naquela momento de que por um breve instante ele sorriu para mim. Ajoelhei-me e fiz minhas orações olhando diretamnrte para os olhos dele, uma paz indescritivel tomou conta do meu ser. Fiquei em silêncio tentando entender o sentido da vida, da minha vida, da vida que levo correndo todos os dias para cumprir prazos e alcançar metas, honrrar compromissos, e o que eu estava fazendo alí numa pequena capéla no meio do nada, ajoelhado de frente a um altar empoirado olhando para o quadro mal iluminado e desgastado pelo tempo onde figurava o rosto de JESUS DE NAZARÉ.
Foi quando um calor imenso percorreu meu corpo como uma descarga elétrica, começanço no alto de minha de minha cabeça, indo até os pés, para depois percorrer o mesmo caminho no sentido inverso.
Um pensamento muito forte invadiu, explodindo em minha mente como fogos de artificio em noite de São João. Não pude conter aquelas palavras que viam em forma de luz e cravavam em meu cérebro,
confésso que eu quis que élas parassem, mas eu não pude fazer nada, a não ser deixar que fluissem livremente até o fim.
Minhas pernas doiam, por estarem dobradas,e o peso do meu corpo recaia todo sobre meus joelhos que queimavam como brasa ardente.
Agora sim, o NAZARENO sorria, ou eu estava enlouquecendo, levantei-me devagar,cambaleiei, mas sem tirar os olhos do quadro. Foi quando sentí uma mão suave a me apoiar, voltei-me e deparei com uma senhora negra de cabelos grisalhos, alta, a ponto de ter que olhar para cima para ver e sentir seus olhos negros como a noite a vasculhar minha alma, vestia uma túnica azul da cor do céu. Sorriu para mim, pegou minha mão e me levou pela capéla, mostrando desenhos antigos espalhados pelas paredes pintadas em branco.
No inicio não consegui identificar os desehos, nem decifrá-los apenas eram registrados em algum ponto da minha mente. Na medida que caminhava-mos e os desenhos iam ficando para trás, então pude perceber que cada desenho siginficava, eram partes da vida. Éras, gerações, guerras, sacrifícios humanos, pirãmides desconhecidas, passado e futuro se misturavam, momentos de paz, pessoas indo e vindo sem rumo, céu inférno, anjos e demonios, cataclismas, furacões, a paixão e morte JESUS DE NAZARÉ, e por fim um céu azul resplandecente se abriu no último desenho, e eu estava na porta da capéla pronto para sair em direção ao mundo aqui de fora. Mas antes de sair uma vóz feminina ecoou em meu ouvido... " Não tente compreender o que não é para ser comprendido, apenas viva, ame, a compreensão virá no tempo devido".
Hoje! Me lembro da mensagem que recebí quando estava ajoelhado;
Roda roda, roda a roda viva.
Gira gira, gira a vida.
Roda mundo, roda vida, vai rodando sem parar.
E assim é vida sempre sempre a passar.
Ao longo da existência muitas vidas a de vir.
passa o dia, passa a noite,
e chega a vida uma vez
chega o dia , chega a noite, e vem vida outra vez.
chega a hora definida, esperada redenção, em que o espírito ganha a vez, numca mais a de sofrer, nesta terra, outra vez.