Rebeldes sem calças
Confesso que me divirto com tamanha criatividade que algumas pessoas têm para inutilidade. Na semana passada, vi em um desses sites de relacionamento um convite para um encontro no metrô de São Paulo, e lá as pessoas iriam tirar as calças por cerca de 1 hora. O motivo? Bom, segundo eles, o bumbum precisa respirar!
Não é raro vermos esse tipo de movimentos nonsense por aí. A maioria deles vem de Nova Iorque, Tóquio ou da Europa, passam por São Paulo, e não demoram muito a chegar à capital mineira. Todos os “manifestantes” protestam pela mesma coisa: nada. Ou, por algo que ainda não descobri (mas que também não faço muito questão), afinal, o que leva um bando de pessoas a subir da Afonso Pena até a Praça da Liberdade, vestidas de zumbis? Ou, qual é a promoção à paz feita em uma guerra de travesseiros?
Tá bom! Estou sendo um pouco injusta em dizer que protestam por nada. Houve coisas interessantes que, entretanto, não saíram do papel, digo, da internet. Quem não se lembra do protesto “Fora Sarney” feito pelos usuários do Twitter que teve até participação de gente famosa como Bruno Gagliasso e Junior Lima? Muito bom, mas não deu em muita coisa.
Não é que eu seja contar esses movimentos “vanguardas”, nem tampouco quero fazer um discurso moralista, mas acho que cada vez mais desvíamos o foco do que realmente é interessante e válido. Me questiono como muitas pessoas se mobilizam por causas que não levam a nada e permacem estáticas ao saberem que no Brasil tem muita gente que morre de fome, que tem muita violência e muita corrupção. Porém, se for para sentir frio nas partes debaixo, ninguém nem questiona o motivo e já logo vai tirando a roupinha.
Coincidentemente, dias atrás, Belo Horizonte teve a noite mais fria do mês de maio, desde 1990, e sería no mínino engraçado (para não dizer trágico) ver um monte de desocupados andando por aí sem as calças num frio de 8 graus, mas por sorte, o No pants day ainda não chegou à Belo Horizonte. Só espero que esses “rebeldes sem calça” não invetem outra moda louca, e que foquem, acima de tudo, suas manifestações em algo que realmente mereça.