O CELULAR
Cada vez mais sou surpreendido com a tecnologia.
Os primeiros celulares que aqui chegaram, eram do tamanho de um tijolo, e os preços tão pesados quanto. Hoje são do tamanho de uma bolacha de sal, das grandes, e os valores variando, entre o salgado comum e light para hipertensos.
Nesses aparelhos modernos podemos ter, desde ligações telefônicas comuns, até as atualizações instantâneas sobre como será o capítulo da novela das oito, jogos, GPS, enviar fotografias, filmagens, e mais um sem número de utilidades, e inutilidades virtuais, mas tudo isso com uma única condição, se o dito cujo não se encontrar “fora de área de serviço”.
A maioria usa moderadamente, outros com exagerada inconveniência, falando em voz alta em lugares públicos, como restaurantes, supermercados, tratando de negócios como se ali fossem seus escritórios, ou descrevendo com detalhes sua última intervenção cirúrgica.
Ontem vinha eu, dirigindo-me uma farmácia, quando deparei-me com um velho amigo, portando-se mais ou menos assim: nada nas mãos, com um fiozinho saindo do ouvido em direção ao bolso da camisa, vermelhão no rosto, gesticulando adoidadamente, e falando aos berros:
- Mas tem que ser hoje ???
Creio que seu interlocutor deveria ser o gerente do banco pedindo para cobrir o saldo devedor.