“A coisa” está cada vez mais perto.
Tarde tranqüila de sol, 14h30min.
Estou no trânsito em uma rua central da cidade média onde moro.
O semáforo (sinaleira) fecha. Paro a cerca de três metros de uma viatura da Polícia Civil. Atrás de mim estão pelo menos dez carros, e à frente uns cinco.
De repente dois guardar descem da viatura tranquilamente de arma em punho.
Olho ao redor e percebo que na calçada à direita, está um rapaz, de boné e bermudas. Um dos guardas o coloca junto à parede e passa a revistá-lo, enquanto o outro aborda os ocupantes do carro ao meu lado, cujo motorista é uma moça e o carona um rapaz; ambos têm com no máximo 30 anos.
Estão com todas as janelas do carro abertas. O rapaz finge espanto ao ser abordado pelo policial, que pede o pacote que acabou de ser jogado aos seus pés.
O sinal abre e, aliviada sigo o meu caminho imaginando quão comum deve ser a cena.
Nem sei o que teria feito caso tivessem trocado tiros...
Agradeci a Divina Providência por voltar pra casa em paz, embora saiba que a cada dia “a coisa” se aproxima mais.