Dona Morte.
Tenho refletido sôbre o efêmero. Como se precisasse!
Mas a Morte tem me rondado. Dia desses, arrebatou-me algo precioso,
o último exemplar dos meus ascendentes,alguém cuja altivez só era menor
que o seu coração.Sendo de compleição atlética, ela era bela,altiva...
Eu assisti sua dor. Aos poucos ela foi sendo dilapidada, literalmente.
Uma noite, oito de maio, sábado às onze horas, dona Morte
tocou o telefone avisando-me que estava tudo consumado.Minha tia falecera.
Fazia tempo que não via dona Morte de frente, face a face.
E desde esta noite tenho me entretido com ela, já estamos mais
à vontade uma com a outra, e ela tem me ensinado muito.
Por exemplo: mostrou-me o quanto podemos ser pueris e ridiculos
quando não raras vezes nos mostramos com um ar superior, quando ostentamos uma imagem que não condiz com nossa verdade...
Interessante é que desde então, quando me flagro em situações assim,
eu me lembro da "nossa conversa",dou um piscadinha e ligeirinho procuro
colocar-me no lugar que me cabe por direito:o de ser humano. Apenas um ser humano. Eu disse apenas? Não, não apenas, mas um ser humano,plenamente humano,capaz de coisas grandiosas, mas também limitado, contingente...
E acreditem, isto tem me tirado um tremendo fardo. Tem me dado inclusive
um colirio que me limpa os olhos para ver melhor o outro...
Isto,sem falar no incrível senso de humor que me aflora diante de certas espécies:_a dos empertigados... Inchados de soberba... Eles não são mesmo muito engraçados?
Tenho refletido sôbre o efêmero. Como se precisasse!
Mas a Morte tem me rondado. Dia desses, arrebatou-me algo precioso,
o último exemplar dos meus ascendentes,alguém cuja altivez só era menor
que o seu coração.Sendo de compleição atlética, ela era bela,altiva...
Eu assisti sua dor. Aos poucos ela foi sendo dilapidada, literalmente.
Uma noite, oito de maio, sábado às onze horas, dona Morte
tocou o telefone avisando-me que estava tudo consumado.Minha tia falecera.
Fazia tempo que não via dona Morte de frente, face a face.
E desde esta noite tenho me entretido com ela, já estamos mais
à vontade uma com a outra, e ela tem me ensinado muito.
Por exemplo: mostrou-me o quanto podemos ser pueris e ridiculos
quando não raras vezes nos mostramos com um ar superior, quando ostentamos uma imagem que não condiz com nossa verdade...
Interessante é que desde então, quando me flagro em situações assim,
eu me lembro da "nossa conversa",dou um piscadinha e ligeirinho procuro
colocar-me no lugar que me cabe por direito:o de ser humano. Apenas um ser humano. Eu disse apenas? Não, não apenas, mas um ser humano,plenamente humano,capaz de coisas grandiosas, mas também limitado, contingente...
E acreditem, isto tem me tirado um tremendo fardo. Tem me dado inclusive
um colirio que me limpa os olhos para ver melhor o outro...
Isto,sem falar no incrível senso de humor que me aflora diante de certas espécies:_a dos empertigados... Inchados de soberba... Eles não são mesmo muito engraçados?