Paradoxos do viver.
A vida é muito engraçada, vivemos e morremos quase na mesma proporção.
Amamos e sofremos, buscamos e deixamos de lado em miléssimos de segundos.
Encaramos os dias como noites mais claras e as noites como dias de penumbra no céu do tempo de amar.
Colocamos as cartas de tarô, baralho cigano, runas, quiromancia, ou sei mais o que.
A chama da vida se firma em cada nova carta deitada, enquanto somos co- autores do nosso destino.Será?
Vemos ao longo do futuro que desejamos ( mas não temos certeza de que virá e muito menos se virá como queremos), um castelo de areia, daqueles que construímos felizes e descompromissadamente na beira-mar.
Crescemos, afinal esse é sempre o maior sonho.
Aí começamos a querer " desconstruir" o que pensamos ter feito até então.
Não há rei, rainha, princesa e muito menos o tal príncipe encantado.
Ficamos na areia, vendo aos poucos o mar levar o castelo com as torres, bandeirolas e sonhos por água abaixo.
Já que crescemos temos que agir como tal e então, viramos crianças nas inseguranças da vida, buscamos nas cartas soluções que não encontramos na realidade.
O sol, o chicote, a imperatriz, a torre, os amantes, a vida que se desenha em cartas coloridas e sem mostrar nada além do que queremos ver, ou pior, mostrando justamente o que queremos não reconhecer.
Mas a vida é meio que circo, tenda de cartomante, ou parque de diversões, nós é que nem sempre sabemos escolher o brinquedo, a atração ou o presságio certo.
Viver é sempre um enorme paradoxo.
Márcia Barcelos.