Paradoxos do viver.

A vida é muito engraçada, vivemos e morremos quase na mesma proporção.

Amamos e sofremos, buscamos e deixamos de lado em miléssimos de segundos.

Encaramos os dias como noites mais claras e as noites como dias de penumbra no céu do tempo de amar.

Colocamos as cartas de tarô, baralho cigano, runas, quiromancia, ou sei mais o que.

A chama da vida se firma em cada nova carta deitada, enquanto somos co- autores do nosso destino.Será?

Vemos ao longo do futuro que desejamos ( mas não temos certeza de que virá e muito menos se virá como queremos), um castelo de areia, daqueles que construímos felizes e descompromissadamente na beira-mar.

Crescemos, afinal esse é sempre o maior sonho.

Aí começamos a querer " desconstruir" o que pensamos ter feito até então.

Não há rei, rainha, princesa e muito menos o tal príncipe encantado.

Ficamos na areia, vendo aos poucos o mar levar o castelo com as torres, bandeirolas e sonhos por água abaixo.

Já que crescemos temos que agir como tal e então, viramos crianças nas inseguranças da vida, buscamos nas cartas soluções que não encontramos na realidade.

O sol, o chicote, a imperatriz, a torre, os amantes, a vida que se desenha em cartas coloridas e sem mostrar nada além do que queremos ver, ou pior, mostrando justamente o que queremos não reconhecer.

Mas a vida é meio que circo, tenda de cartomante, ou parque de diversões, nós é que nem sempre sabemos escolher o brinquedo, a atração ou o presságio certo.

Viver é sempre um enorme paradoxo.

Márcia Barcelos.

Márcia Barcelos
Enviado por Márcia Barcelos em 31/05/2010
Código do texto: T2291283