TEMPESTADE DA ALMA
Nesse momento imaterial...
A vida passa diante dos meus olhos como um filme nacional...
É como se fosse um filme ruim...
Onde os parcos recursos foram mal empregados...
As imagens parecem destorcidas e desfocadas...
• Talvez, seja minha consciência tentando negar fatos imutáveis...
• Vejo alguém que se parece comigo, ignorando pessoas...
• Mas, esse alguém, não sou eu!
• Vejo um ser desprezível olhando para o outro lado quando uma criança abandonada lhe pede uma esmola...
• Mas, esse alguém, não sou eu!
• Vejo um homem tolo, que trata com indiferença a um transeunte que lhe pede informação...
• Percebo certa familiaridade...
• Mas, não sou eu!
• Vejo alguém fechando o vidro do carro e resmungando grosserias a um adolescente, que tenta vender-lhe um pacote de balas, para ajudar no orçamento de uma família pobre...
• Mas não sou eu!
• Vejo alguém vaidoso, distribuindo conselhos indiscriminadamente, somente para sentir-se superior, a quem não os pediu...
• Mas não sou eu!
• Vejo alguém orgulhoso e vaidoso, tentando impingir, como se fosse senhor absoluto da verdade, suas crenças religiosas em detrimento a outras...
• Mas, não sou eu!
• Vejo um ser repugnante, vestindo um terno impecável, distribuindo sorrisos falsos e fazendo promessas que jamais cumprirá...
• E, apesar da semelhança; não sou eu!
• Vejo alguém intolerante com os humildes, mas indulgente e subserviente com os poderosos...
• Mas, não sou eu!
• Uma sensação nauseante se apossa de mim. Sinto um engulho no estomago. E um arrepio percorre o meu corpo. E a voz da consciência ecoa nos meus ouvidos...
• Aquele?
- Era você!