Um filho sente sua mãe de várias maneiras no decorrer de sua vida.
No útero - Que lugar quentinho e gostoso! Aqui estou protegido. Tenho tudo que preciso para crescer e ficar forte.
Obrigado, mãe, por me proteger.
Nos primeiros anos - Choro porque quero mamar.
Choro porque me limparam.
Choro, choro e choro.
Dos sete aos quatorze - Puxa, que mãe chata! Só sabe mandar e reclamar! Menino venha estudar, não brigue com sua irmã, tem que comer tudo, não deixe nada no prato, experimente o quiabo; é gostoso! Deixa de ser mal criado, não fale nome feio, já escovou os dentes, você vai levar um beliscão e umas palmadas, já pro castigo, não saia do quarto enquanto eu não mandar, veste o casaco que está frio, vamos à missa, hoje é domingo, já rezou?
Dos quatorze aos vinte e cinco - Nossa, minha mãe pega demais no meu pé! Menina veja com quem anda. “Diga-me com quem andas que direi quem tu és.” Já preparou sua lição? Você precisa aprender a ser dona de casa; cozinhar, lavar, passar, costurar, bordar...
Guarde, como um tesouro, sua virgindade.
Depois dos trinta - Minha mãe é uma santa! Ensinou-me tudo que pode. Se não sou melhor é porque não fui capaz de aprender. Hoje descobri que faço quase tudo como minha mãe.
Ela se foi, mas sua presença jamais se apagou.