O Futuro...?!
Como será daqui a dez, vinte, trinta anos... Será que ainda nos restará um coração? Para aonde caminhamos... Será que a única coisa que nos espera é frieza do artificialismo dum mundo inteiramente racionalizado?
Máquinas que expressam emoções calibradas meticulosamente para cada reação matematicamente prevista dentro de um determinado momento da vida...
A vida artificial já não é mais uma ficção, já começaram os experimentos com células parcialmente artificiais. Veja que a fronteira intransponível entre inorgânico e orgânico foi transposta, ou seja, a partir de sequência de um DNA impresso (inorgânico) já se pode chegar a um projeto de células funcionais (orgânico).
Bom... perder a alma, a capacidade de se emocionar e a de se encantar com coisas que não são necessariamente imprescindíveis, como poesia, música e o contemplar do poente embalado pelo o som da canção do mar, não é algo próprio do ser humano, uma vez que temos uma inclinação natural para fantasia do imaginário em busca do sobrenatural. Porém o que vem ocorrendo é que dentro deste processo civilizatório que atravessamos, pouco a pouco estamos nos desnaturalizando e, como conseqüência, foge-nos a essência do que somos.
A vida não dá opção além de si mesmo, porque ela encerra de forma definitiva as possibilidades do devenir. É o único campo propício para semeadura da existência.
Então, criar uma ideia de uma vida virtual além desta e para lá nos teletransportarmos, parece ser coisa de criança que busca nesses sítios imaginários áreas recreativas. Porém, será que tem alguém cuidando dos recursos de sustentabilidade desta vida, ou seja, será que alguém está plantando algo de verdadeiro no campo real de nossa existência? E, se existe mesmo alguém plantando, já se perguntou o quê e o quê que está se colhendo? Será que a vida virtual que idealizamos se sustenta quando esta já não mais existir?... Aviões sem pistas, navios sem portos, diários sem leitores, almas sem corpos acaso poderão existir sem o devido contraponto do chão real?
Estamos transformando verdadeira a estória do Mágico de Oz, ou seja, vamos acabar enviando uma missão ao “Mundo de Oz” para resgatar aquilo que perdemos aqui !!!
(Fábio Omena)