OS TRES MANACÁS

Num dia destes de outono, já anunciando a chegada do inverno, caminhava pela Praça dos Três Poderes até uma banca de jornal. Passava um pouco das 13h00, quando avistei do outro lado da rua, no semáforo aguardando para fazer a travessia, o Dr. Edson e sua gentil esposa. Pude observar que ele avistou um encantador pé de manacá. Florido, colorido e exuberante. Solitário naquela paisagem; uma espécie de quintal - não é jardim, do edifício “Mansão do Vale”. A meia distância, naquele rápido instante, percebi quando ele chamou a atenção da esposa para a cena. O semáforo fechou e eles seguiram, porém eu voltei meus olhos surpresos para a beleza daquele momento e pude fitar detalhadamente aquele manacá. De repente descobri que não era apenas um e sim três pés juntinhos, cujas copas caprichosamente formavam-se numa só, iludindo assim os olhares menos atentos. Cheguei mais perto e o encantamento se completou. Realmente eram três pés, lado a lado, que mais pareciam trigêmeos. Por um momento viajei no pensamento e relembrei das serras que circundam este Vale formoso e das regiões praianas, por onde se espalham milhares de manacás disputando com as quaresmeiras, igualmente deslumbrantes, a preferência dos olhares maravilhados dos amantes da Natureza. Voltando à realidade, vejo estas pequenas árvores nativas, entre o concreto e o asfalto, dividindo pequenos espaços saturados, asfixiados. E enfeitando a paisagem do velho prédio, ainda têm força para nos hipnotizar com suas magníficas floradas. Só por Deus.