Vertigem de romance: paixão.
Não, não vou ousar/ falar/ cantar/ explicar romance. Romance se vive, se entende ao sentir paixão e não ao entoar palavras. Aliás, na paixão o silêncio é mil vezes melhor do que o som de palavras que muitas vezes se repetem por de tão inebriadas não terem o que dizer.
Emoções são para ser vividas/ vívidas recordações futuras, se o eterno não for para sempre ( e quase nunca é) e o para toda vida fenecer em pouco tempo.
Mas não vou me suprimir de sondar/ sonhar/ teimar em ser livre na alma para explodir de alegria ou implodir de solitária saudade.
Digo e repito: me contentar com a solidão como resto é ineficaz, desonesto e o fim. Errado mesmo, difícil aceitar que possa ser tão dolorido e tão fácil.
Um paradoxo.
Solidão não é nunca foi ou será resto. Solidão é deserto de novas emoções, entrecortada de soluços e lágrimas que teimam em cair quando não se quer e ficam entaladas/ engasgadas quando se precisa delas para desabafar.
Ora, faça- me o favor: não escreva/ escute/ leia romance.
Viva/ouse/ romanceei.
Mesmo que depois ( e sempre chega o depois), luzes / sons das emoções que até nem chegam a ser alcançadas, se misturem/ confundam com tons de desejos que não satisfizemos e sabemos/intuimos jamais iremos satisfaz.
São nuances de emoções que fingem não envelhecer, luzes que não querem se apagar e transformam - se em sombras/ penumbras.
Silhuetas de si que permanecem ainda que em essência, por não terem havido de forma ávida ou sutil, porque houve um final no que era para ter sido eterno, apesar de sabermos que o eterno é fulgaz e tão efêmero.
Fio tênue de tempos impossíveis como sempre e nunca.
Mas reafirmo que hoje não vou tentar explicar romance, amor ou paixão.
Sinto/ pré sinto/ pressinto/ pré vejo/ prevejo emoções como uma vertigem de montanha russa. Com friozinho no estômago e medo de despencar, mas sem querer deixar de conhecer a emoção guardada/ aguardada/ na espreita.
É como um doce amargo copo de caipmaracujá, que inebria, relaxa e as vezes causa ressaca...
... mas sempre dá vontade de repetir.
Márcia Barcelos.