Pesquisas eleitorais e a eleição 

     Quando vejo falar em pesquisas, e principalmente neste ano eleitoral confesso que ando surpreso com os números que vem sendo divulgados. O mais surpreendente é esta porcentagem alta de Lula referente aos demais candidatos. 

     Não quero aqui dizer que elas estão sendo tendenciosas ou coisa parecida, Até porque, o que vemos é que em grande parte acaba correspondendo ao que é divulgado no momento das apurações. 

     Embora, muitos institutos não admitem que as pesquisas influenciem no pleito em si, isto não é verdade, influenciam e muito. Influi no estado psicológico dos candidatos; influencia no eleitorado. Enfim, as pesquisas também fazem política para determinados candidatos mesmo que indiretamente. Os institutos de pesquisas são cabos eleitorais querem eles aceitem ou não. 

     Quem não se lembra de determinados erros grotescos de dados repassados pelas pesquisas que não se comprovaram nas urnas, tanto nas margens de erros percentuais ou errando profundamente nos resultados? 

     É muito fácil para um instituto de pesquisa ao aproximar do pleito justificar as diferenças, recuo de alguns candidatos ou mesmo aumento de outros. Argumentos é que não lhe faltam para que possam levar para sociedade, pois, afinal são profissionais na área e sabem como justifica-las. 

     Esta eleição está ocorrendo algo estranho, basta sairmos nas ruas e vermos as pessoas comentarem dos candidatos. Primeiro, um total desinteresse das pessoas pelos candidatos de um modo geral. Segundo, uma rejeição generalizada pelo governo atual. São comuns as pessoas dizerem que não votam em Lula,.porem toda vez que sai um resultado de pesquisa o apresenta como o candidato praticamente eleito no primeiro turno. 

     Para que Lula tivesse 49/51 por cento nas pesquisas, precisaria que de cada 5 a 6 num universo de 10 eleitores declarassem votar nele. Esta matemática não bate no dia a dia. Pelo contrario, está acontecendo o oposto. Aqueles que estão participando ativamente da vida política estando predispostos a votar expressam em hipótese algum votar em Lula. 

     Não parece fazer sentido estados onde os adversários diretos do PT estão praticamente eleitos no primeiro turno apresentar-se esta enorme diferença entre Lula e os demais candidatos. Como pode um governador ter quase 70% de aprovação em seu estado estar atrás do atual governo federal nesta proporção?. Não parece ter lógica estes dados. Porem, este não é o pior, como já disse o resultado das pesquisas não coincide com o que os eleitores estão falando. 

     Sem aqui querer ser antidemocrático, pelo que estamos vendo é preciso repensar sobre a publicação de  pesquisas para a sociedade de um modo geral. Primeiro, não vejo a necessidade da sociedade saber quem está na frente, quem está atrás nas pesquisas. 

     Que diferença há para um cidadão comum saber se A ou B está melhor nas pesquisas, se partimos da primícia que o eleitor tem o direito democrático de escolher quem ele quer, independente sua classificação? 

     Quem tem interesses em saber quem está melhor ou pior nos índices das pesquisas são os candidatos, as empresas privadas ou a mídia que apóiam determinados candidatos não a sociedade de um modo geral. 

     Segundo meu pensamento, é fundamental repensar numa regulamentação através de leis para que os institutos de pesquisas não sejam tão influentes na decisão do eleitorado; que sejam mais influentes que os trabalhos e as campanhas dos candidatos.

     Os institutos de pesquisas podem também atuarem de maneira escusas sendo cabos eleitorais de determinadas correntes ideológicas ou interesses particulares. Jamais podemos perder de vista que eleição acontece quase que em sua totalidade numa decisão psicológica, muito menos que racional. 

     Minha crônica está na preocupação que estamos vendo no atual quadro eleitoral, onde  é notório que os dados que estão sendo veiculados não está correspondendo à realidade, mas que tem levando uma grande parte da sociedade a uma baixa auto estima resultados também destas informações que tem sido veiculada na mídia em relação a dados de pesquisas dos candidatos a presidente.
Ataíde Lemos
Enviado por Ataíde Lemos em 29/08/2006
Reeditado em 29/08/2006
Código do texto: T228235