Educação à Antiga

Costumo realçar dois aspectos determinantes para o sucesso da educação de antigamente, que levam pais e educadores modernos a sentirem saudades daqueles bons tempos. E não estou me referindo ao “rabo de tatu”, nem à vara de marmelo e nem a todas as crianças. Trata-se do respeito e do “medo”, que algumas crianças, muitas crianças hoje em dia não tem.

Marco com “” o medo, para demarcar um afeto intrínseco ao ser vivo, indispensável para a sobrevivência, no homem, algo mais elaborado que o simples reflexo de esconder do pintinho ao cacarejar de aviso de gavião, mas que basicamente tem a mesma função: protege-lo das hostilidades e violência do mundo externo. Todo ser vivo tem que ter “medo”, ou não sobreviverá... dignamente.

O convívio familiar, as relações sociais, as brincadeiras com os iguais, os valores e costumes comungados promoviam na criança o desenvolvimento de um sentimento de consideração e reverência para com os pais, tios, avós, padrinhos que se expandiam, aos poucos, aos líderes religiosos, políticos e principalmente aos professores. As crianças não nasciam, elas aprendiam, no dia a dia, RESPEITAR e a quem deviam: os pais, os mais velhos, os professores, os menores....

O “medo”, assim como no pintinho, a criança já trás em si, talvez não no DNA, mas herança filogenética, aliada ao trauma do nascimento. Por isso, nem toda família, mesmo antigamente, precisava recorrer ao “rabo de tatu”. A criança respeitava: bastava o olhar do adulto ou psiu da professora. Mas se o seu instinto infantil teimasse a sua instância protetora despertava o “medo” e ela se continha.

O que acontece modernamente, sei lá por que, é que as crianças não aprendem a respeitar e nem desenvolvem o “medo” – desafiam indiscriminadamente a todos, até encontrarem uma força maior: a violência radical – a morte!’

Joao dos Santos Leite
Enviado por Joao dos Santos Leite em 26/05/2010
Reeditado em 31/05/2010
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