A ESCALADA DO TEMPO
Crescemos juntas, Brejo Santo e eu. Escalamos ano a ano, os degraus do tempo. Olho para trás e analiso as semelhanças e as diferenças entre o ontem e o hoje. Tento entender os sentimentos de cada filho que passou por tua administração, de cada pessoa que colaborou com teu crescimento e sinto com eles o amor que cada um dedicou e dedica a ti.
Sempre foste acolhedora e por isso adotaste muitos filhos que não nasceram das tuas entranhas, mas, te amam como mãe natural, colaboraram com teu progresso e se sentem felizes com tua grandeza.
És jovem, bonita e continuarás a crescer. Eu, porém, já não posso acompanhar-te nesta caminhada. Como todo ser humano, nasci, cresci, amadureci e agora envelhecerei para daqui a pouco morrer. Este é o ciclo natural da vida humana. Não que me sinta velha. Sei que já não tenho aquele belo corpo, que meus cabelos começam a pratear e que as rugas já marcam minha fisionomia. Porém, sinto-me mentalmente jovem, capaz de realizar todas ou quase todas as atividades, talvez com mais perfeição pela experiência acumulada ao longo dos quase cinqüenta e sete anos vividos.
Sou feliz por ser tua filha, terra querida, por ter convivido todos esses anos contigo e por ter contribuído um pouco com tua educação e cultura.
Amo-te!!!