O aroma das flores
Quantas vezes por dia paramos pra pensar na vida? Por favor, esqueçam dos problemas, não me refiro àqueles que deitam a cabeça no travesseiro imaginando o que tem pra resolver no dia seguinte. Falo em recapitular, fazer um balanço de tudo que já fez na vida, subtrair as decepções, adicionar as conquistas, dividir pelos momentos felizes, contabilizar informalmente se a vida está do jeito que queria ou se ainda não encontraste os meandros certos.
Estamos tão acostumados a nos queixar, que acabamos esquecendo os pequenos milagres que se revelam diariamente. Me desculpem os céticos, mas nem tudo na vida tem explicação científica e quando tem perde totalmente a graça. Podem rir, no entanto quão fantástico são o sol e a chuva, os pássaros e seus ninhos engenhosos, o vento em nosso rosto, a lua, o céu azul e o mágico por do sol visto da minha varanda. A cegueira nos toma conta, não nos permitimos ver que o depois pode não chegar e aquele simples abraço de despedida se torna um eterno martírio.
A dinâmica do tempo talvez seja a mais ingrata das certezas, deixa-me perplexo diante das escolhas, revelando em hipótese o fascínio de viver, ou seja, a constante incerteza do amanhã. Vivemos esperando e esse pode ser o nosso maior erro, as suposições se justificam são inconstantes e improváveis. Precisamos planejar menos, sair do script, reescrever o roteiro todas as manhãs, fazer loucuras, ou então caímos em uma mesmice matemática e tudo se torna um processo medíocre em busca de resultados pressupostos.
Se seguirmos uma linha mestra preestabelecida, negamos a nossa própria natureza, somos únicos, devemos agir, vestir, andar, falar, escrever, viver, rir com singularidade pra que o mundo tenha mais cores e as pessoas sejam felizes com suas particularidades. De que adiantariam as flores se todas tivessem o mesmo perfume?
Certa vez um sábio disse, “que as perguntas complexas sempre têm respostas complexas”, é preciso então partir do princípio da simplicidade e da humildade para entender o complexo e descobrir que muitas vezes a verdade é tão óbvia que duvidamos dela. O ser humano é uma vertente incessante de indagações, desconhecer as soluções não significa ignorância ou desapontamento, pois o simples fato de pensar justifica qualquer resposta.
Pense na vida, seus objetivos, seus sonhos, eles podem não te levar a lugar algum ao menos te varão caminhar, pense o que está fazendo, o que quer fazer, não tenha medo, como dizia Henry Ford: “Existem mais pessoas que desistem do que pessoas que fracaçam.”
Lucas Carini