FÉ?

Enquanto colocarmos nas religiões a solução para os nossos problemas, ou quem sabe, desvios de conduta, iremos confundir fé com fanatismo. A religião não deve ser usada como refúgio de vida, onde todos derramam em um Deus as suas necessidades, fazendo da oração um pedido interminável. Estamos rezando nas igrejas ou templos e pecando na vida, deturpando pelos caminhos os ensinamentos do Cristo, ou seja, interpretando da maneira que melhor nos convém. Somos os primeiros a atirar pedras e tomar o nome santo em vão, ou melhor, usando a nosso favor. Brincando de crédulos para aliviar, ou pelo menos, anestesiar os nossos defeitos.

Pensamos sempre no que existe depois da morte e esquecemos de fazer a nossa parte por aqui. Colocamos culpas em demônios e encarnações mal sucedidas para enganarmos a nós mesmos, assim, suportamos as mazelas com mais conformidade. Olhamos para o céu em busca de um deus palpável e esperamos o dia da vinda do Cristo, mas ao invés de organizarmos a casa por aqui, estamos esperando que ELE faça a limpeza do que nós sujamos. Transformando-o de SALVADOR em gari de nossa incapacidade.

Somos árduos por um mundo onde a paz reine, mas brigamos por coisas que não fazem nenhum sentido. Crucificando novamente o CRISTO que, às vezes, se torna até um detalhe no meio de tantos “deuses” prenhes de verdades e de certezas julgadas por uma fé nesciente.

É necessário usar de água benta em nós mesmos, para que possamos exorcizar todo o nosso egoísmo, pois somos tão gananciosos que criamos um deus ao nosso modo, rasgando em carne viva os conceitos de generosidade. A religião não deve ser uma máscara para esconder a nossa face, pois do céu, dá pra se ouvir: PAI, PERDOA-OS! ELES AINDA NÃO SABEM O QUE FAZEM! Mas quem tem ouvidos para ouvir que ouça!

MÁRIO SÍLVIO PATERNOSTRO