Como Economizar

Pensa-se que economia seja uma prática difícil de exercer, mas isto não corresponde à verdade. Resume-se numa única frase: gastar menos do que se ganha. É fazer com que a renda exceda tudo aquilo que é necessário para viver sem sacrifícios. Para o gastador compulsivo, poupar seria uma proeza, uma ação impraticável. Este tipo, logo põe a mão em uma quantia e já começa a buscar formas de gastá-la. Não visa o futuro e nem planeja sequer o presente. Em parte, ele está certo em fazer circular a riqueza, contribuindo para não haver estagnação. Por outro lado, o erro está no esbanjamento. Fazer economia é próprio do sábio. Não ser tacanho é característica de quem usa com amor e sabedoria todas as dádivas materiais. Analisando as biografias dos grandes homens, vemos no hábito da economia um dos alicerces que lhes garantiram a vitória. Puderam recorrer às reservas monetárias que tinham formado na hora e m que o sucesso mais dependia delas.

A sociedade tenta, por todas as formas, incutir-nos a atitude consumista. Comprar e comprar está sempre na ordem do dia. Chega a ser uma neurose. Não podemos sair às ruas nem para um passeio que já nos vemos compelidos a gastar dinheiro. Se ligamos a televisão já nos estão empurrando algo de que acham que temos extrema necessidade. No princípio, os jingles animados e inteligentes nos distraiam durante os intervalos da programação e, num quê de inocência misturada à criatividade, nos levavam a pensar na utilidade do produto e a confiar na sua eficácia. Havia pureza e honestidade na propaganda. Parece que a onda de consumismo sobrepujou a necessidade de ser criativo. Publicidade pode ser sinônima de qualquer coisa menos de arte. Foi-se o tempo em que a concorrência se preocupava com a forma de anunciar do outro, com as suas palavras e até mesmo o seu visual. Penso que a massificação e o capital i nvestido na colocação do produto na frente da mídia vem surgindo como fator poderosíssimo de persuasão e isca para impressionar o público.

O desenfreado aumento demográfico predominante nas últimas décadas na maior parte do mundo concorre para uma grande demanda de produtos e serviços. Parece tão fácil vender picolé no Pólo Norte quanto água mineral no deserto. O que conta não é mais vender ou comprar para satisfazer uma necessidade e sim uma compulsão que tomou conta da maioria das pessoas. Fazer economia é, pois, dominar esta tendência doentia. Ao lado de tantos desequilíbrios que nos afetam diretamente no emocional está, sem dúvida, o ato de comprar por comprar e penso que para muitos que buscam a independência econômica este vem a ser um grande empecilho, embora poucos disto se apercebam.

Fazer sobrar algum dinheiro no fim do mês, após ter pagas as contas, supridas as necessidades básicas, é um sinal positivo. É o momento de avaliar criteriosamente o que vai ser feito deste superávit. Se o primeiro impulso for o de correr até o shopping center mais próximo e adquirir aquela peça de vestuário que tanto nos atraiu ou assumir nova prestação para obter mais um sonho de consumo, neste caso, afasta-se cada vez mais a possibilidade da independência econômica. Ser independente economicamente não se limita a ganhar o próprio sustento e fazer o que bem entender porque é com o suor do meu rosto que consegui o que tenho e ninguém tem nada a ver com isso. Quem age assim desconhece o que é liberdade.

Investir no sonho do futuro seja ele qual for, é começar, a partir de agora, a planejar na imaginação e na prática, cada etapa deste sonho que quero ver realizado. Diversos fatores vão estar presentes nesta empreitada e o dinheiro é apenas um deles. Por trás da ação precisam estar presentes as qualidades pessoais que farão com que o sonho se realize. Algumas dessas qualidades serão desenvolvidas e fomentadas pelo próprio andar da carruagem. Pelo esforço persistente e continuado.

Se realmente pensamos em melhorar a nossa situação financeira para garantir um futuro mais confortável precisamos, a partir desta decisão, nos preocupar não apenas em como ganhar dinheiro, mas ser atencioso e passar a prestar mais atenção nos gastos do dia a dia, pois em questão de economia o que conta não é aquilo que eu ganho, mas a forma que eu gasto aquilo que ganhei.

Sapiência no gastar. Ser controlado sem ser pão duro. Usufruir bens e serviços de forma natural e alegre. Não podemos jamais privar a quem amamos, mormente a nós próprios, do usufruto dos bens e serviços que tornam mais confortável nossa vida. Neste ponto entra em jogo a moderação. É agir de acordo com as circunstâncias. Se criarmos o hábito inteligente de separarmos do nosso ganho mensal um percentual fixo e colocá-lo de lado a render juros jamais nos sentiremos mal ao nos darmos direito a um pequeno luxo quando entrar um dinheirinho extra, pois a diferença que é para menos também é para mais. Sendo assim, sempre vai valer a pena tanto juntar quanto gastar dinheiro.

Porem, acumular dinheiro pelo dinheiro não deveria ser o principal objetivo. Paralelamente a este ato é preciso colocar o sonho. É ele que irá nos impulsionar e dar sustentação para que não venhamos a desistir no meio do percurso. Mas, o que é este sonho? Não importa, é aquilo que se quer conseguir; com data definida e montante definido, também. Todos possuímos o desejo de adquirir uma bela casa, por exemplo, seja ela no campo ou na cidade. Um barco para passear, um automóvel zero kilômetro, uma fazenda. Não importa o tamanho do sonho, é com dinheiro que iremos realizá-lo, e não é pouco. Portanto, disciplina, força de vontade e, principalmente, foco no objetivo. É este conjunto de qualidades que irá pavimentar a estrada que vai conduzir-nos ao prazeroso porto da liberdade econômica. Penso que não há outro caminho. Se você não é aquele um em milhões, predestinado a colocar a mão num prêmio acumulado da mega sena ou na herança de um parente milionário, então comece a plantar hoje mesmo a semente do seu sonho.

Porem, que não esqueçamos: nem só de pão vive o homem. Aquele que mencionou esta frase sabia o que estava dizendo. Ter como propósito de vida unicamente o saldo bancário e o acúmulo de bens materiais é pisar em falso na tábua do destino. Que se cuidem os que assim procederem, pois a vida é um todo. Sábio é aquele que percebe isto a tempo e faz o retorno que conduz ao caminho da verdadeira felicidade. Ter a consciência de que tudo que está por aqui, aqui vai continuar, menos nós, é um dos fundamentos da visão ampla. O mais necessário a nossa existência nenhum dinheiro do mundo pode comprar. Pensemos no amor, na saúde, no ar puro, na verdadeira amizade. Vale a pena pensar nestas coisas que são muito boas. E com dinheiro ficam melhor ainda.

Professor Edgard Santos
Enviado por Professor Edgard Santos em 25/05/2010
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