Fonte: Imagem do Google - não consta autoria - se alguém reclamar, a gente troca!
Cumbuca de Arroz Doce
É domingo, chove e faz um frio congelante nesta cidade. Decidimos ficar embaixo das cobertas, num revezamento três por três no computador.
Passa um filminho chato na tevê e logo ouço uma voz:
– Mãe, quero arroz doce
- Só se eu ganhar um beijo
- Só se você fizer o doce
- Só se você lavar a louça
Combinações armadas, lá fui eu fazer a minha parte, a mais difícil naturalmente, cozinhar o arroz, o que exige certa habilidade:
- Lava-se muito bem o arroz, coloca-se na panela, cobre de água e liga o gás. O arroz carece ser aquele branquinho, do tipo "unidos venceremos".
Enquanto mexia o arroz na panela, misturando especiarias para dar um toque exótico, eu fiquei imaginando por quais caminhos aquele pedaço de canela teria passado para chegar à minha mesa. Vejam só, pesquisando no meu Pai Cibernético dos Curiosos, o Google, descobri que a maior parte da canela que consumimos no Brasil vem do Sri Lanka e o processo é tão trabalhoso que fiquei com vontade de desistir da canela, pobrezinha, tão massacrada até chegar à minha panela!
A casca da laranja foi a que eu descasquei no dia anterior e deixei pendurada no ganchinho do pano de prato para secar. Acho que ela veio de algum laranjal de Cerro Azul, uma linda cidade da região de Curitiba.
Continuo mexendo e um perfume invade minha cozinha e a casa toda. Uma mistura de sabores, o leite de coco, o condensado para dar cremosidade. Em meia hora, o doce está pronto.
Esse é um doce bem comum, que costumo partilhar com meu vizinho Ernesto, sempre que faço. Desta vez não vou levar, estou com preguiça de descer as escadas. Está muito frio e quero voltar logo para debaixo das cobertas.
Meu arroz doce é bem quisto entre os amigos e por tal motivo é que desejei compartilhar com você, poeta virtual, que já conheceu tantas delícias pelos caminhos da sua linda vida. Ele não será encontrado nem em Portugal, nem nas confeitarias de Paris, tampouco nas tavernas gregas (porque lá eles só servem azeitonas, vinho e broa).
No meu arroz doce há um quê de carinho, uma pitada de timidez e um grande amor pelo próximo e pela vida.
Não há dinheiro que pague essa cumbuca de arroz doce que é de verdade e poderá ser degustada bem aqui, no meu pedacinho de chão entre os pés de Manacá da minha Rua.
Cumbuca de Arroz Doce
É domingo, chove e faz um frio congelante nesta cidade. Decidimos ficar embaixo das cobertas, num revezamento três por três no computador.
Passa um filminho chato na tevê e logo ouço uma voz:
– Mãe, quero arroz doce
- Só se eu ganhar um beijo
- Só se você fizer o doce
- Só se você lavar a louça
Combinações armadas, lá fui eu fazer a minha parte, a mais difícil naturalmente, cozinhar o arroz, o que exige certa habilidade:
- Lava-se muito bem o arroz, coloca-se na panela, cobre de água e liga o gás. O arroz carece ser aquele branquinho, do tipo "unidos venceremos".
Enquanto mexia o arroz na panela, misturando especiarias para dar um toque exótico, eu fiquei imaginando por quais caminhos aquele pedaço de canela teria passado para chegar à minha mesa. Vejam só, pesquisando no meu Pai Cibernético dos Curiosos, o Google, descobri que a maior parte da canela que consumimos no Brasil vem do Sri Lanka e o processo é tão trabalhoso que fiquei com vontade de desistir da canela, pobrezinha, tão massacrada até chegar à minha panela!
A casca da laranja foi a que eu descasquei no dia anterior e deixei pendurada no ganchinho do pano de prato para secar. Acho que ela veio de algum laranjal de Cerro Azul, uma linda cidade da região de Curitiba.
Continuo mexendo e um perfume invade minha cozinha e a casa toda. Uma mistura de sabores, o leite de coco, o condensado para dar cremosidade. Em meia hora, o doce está pronto.
Esse é um doce bem comum, que costumo partilhar com meu vizinho Ernesto, sempre que faço. Desta vez não vou levar, estou com preguiça de descer as escadas. Está muito frio e quero voltar logo para debaixo das cobertas.
Meu arroz doce é bem quisto entre os amigos e por tal motivo é que desejei compartilhar com você, poeta virtual, que já conheceu tantas delícias pelos caminhos da sua linda vida. Ele não será encontrado nem em Portugal, nem nas confeitarias de Paris, tampouco nas tavernas gregas (porque lá eles só servem azeitonas, vinho e broa).
No meu arroz doce há um quê de carinho, uma pitada de timidez e um grande amor pelo próximo e pela vida.
Não há dinheiro que pague essa cumbuca de arroz doce que é de verdade e poderá ser degustada bem aqui, no meu pedacinho de chão entre os pés de Manacá da minha Rua.